Vaticano

Bento XVI recebe presidente Lula

O presidente Lula foi recebido hoje, 13, pelo Papa Bento XVI no Vaticano. Segundo a Sala de Imprensa da Santa Sé, a audiência transcorreu em um clima cordial que permitiu "troca de opiniões frutuosa sobre temas da atual conjuntura internacional e regional".

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O encontro abordou aspectos da situação no Brasil, em particular sobre a política social que quer melhorar as condições dos marginalizados. As políticas visam ainda favorecer o papel fundamental da família na luta contra a violência e a degradação social.

A colaboração entre a Igreja e o Estado foi sublinhada com vista à promoção dos valores morais e do bem comum não apenas no país, mas em especial em favor da África.

Lula da Silva agradeceu a visita de Bento XVI ao Brasil, em Maio de 2007, por ocasião da V Assembléia Geral do Episcopado Latino Americano e do Caribe, em Aparecida.

Após o encontro com o Papa, Lula e o Ministro dos Assuntos Externos, Celso Amorim, encontraram-se com o Secretário de Estado do Vaticano, Cardeal Tarcisio Bertone, acompanhado pelo Secretário para os assuntos estrangeiros, Dom Dominique Mamberti.

Acordo entre Brasil e Santa Sé

Este encontro visava firmar um acordo entre Brasil e Santa Sé. Também o Núncio do Brasil, Dom Lorenzo Baldisseri esteve presente.

O acordo consolida os tradicionais vínculos de amizade e colaboração existente entre os dois países. O documento trata de diferentes assuntos, entre os quais, o estatuto jurídico da Igreja Católica no Brasil, o reconhecimento dos títulos de estudo, o ensino religioso nas escolas públicas, o matrimónio canônico e o regime fiscal.

No ato da assinatura, Dom Dominique Mamberti recordou as palavras do Papa, em sua visita ao Brasil. "Bento XVI indicou que este país ocupa um lugar especial no coração do Papa não apenas porque nasceu cristão e por possuir um elevado número de católicos, mas, principalmente, porque é uma nação rica em potencialidades com uma presença eclesial que é motivo de alegria e esperança para toda a Igreja".

O Bispos apontou que o acordo não vem estabelecer "privilégios, pois não é privilégio o reconhecimento de uma realidade social como é o grande relevo histórico e social e atual que a Igreja católica tem no Brasil, sem deixar de ser uma sociedade pluralista e onde os cidadãos de outras religiões praticam a sua fé e convicção ideológica.

Dom Dominique Mamberti quis ainda sublinhar o papel da Conferência Episcopal do Brasil, na gênese deste acordo. "Foi o episcopado que, em 1991, sugeriu o estabelecimento de um Acordo Internacional entre a Igreja e o Estado. Depois do impulso inicial, em 2006, deram-se passos nas negociações, que terminam neste feliz acontecimento, que quer consolidar as relações entre o Brasil e a Santa Sé e favorecer o desenvolvimento da missão da Igreja católica, mas também promover o progresso espiritual e material de todos os habitantes do Brasil, e ajudar, tanto quanto possível, a resolver os problemas que hoje a humanidade atravessa".

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