Ao Conselho para os Leigos

Bento XVI ensina como ser um político autenticamente cristão

Fiel primeiro; político depois. Essa é a regra simples indicada por Bento XVI aos participantes da XXIV Assembleia Plenária do Pontifício Conselho para os Leigos, recebidos em audiência na manhã desta sexta-feira, 21, na Sala do Consistório do Palácio Apostólico Vaticano.

"A política é um âmbito muito importante do exercício da caridade. […] Precisamos de políticos autenticamente cristãos, mas acima de tudo de fiéis leigos que sejam testemunhas de Cristo e do Evangelho na comunidade civil e política".

Acesse
.: Discurso do Papa à Plenária do Conselho para os Leigos
.: Papel dos cristãos na vida política em debate
.: Comunicado do Conselho para os Leigos sobre a Assembleia Plenária

A Plenária do Conselho debate o tema "Testemunhas de Cristo na comunidade política" e acontece em Roma até este sábado, 22.

O Papa deixou claro que a formação técnica dos políticos não faz parte da missão da Igreja e que há várias instituições encarregadas dessa tarefa.

"A Igreja concentra-se particularmente em educar os discípulos de Cristo, a fim de que sejam sempre mais testemunhas de sua presença, em toda parte", indicou. Nesse sentido, apontou o pertencimento dos cristãos às novas comunidades, associações de fiéis e movimentos eclesiais como uma "boa escola para esses discípulos e testemunhas, sustentados pela riqueza carismática, comunitária, educativa e missionária própria dessas realidades".

O Santo Padre também afirmou que os cristãos "não buscam a hegemonia política ou cultural, mas, em toda a área em que se empenham, são movidos pela certeza de que Cristo é a pedra angular de toda construção humana".

Da mesma forma, lembrou que a contribuição dos cristão somente é determinante se "a inteligência da fé torna-se inteligência da realidade, chave de juízo e transformação. Precisamos de uma verdadeira 'revolução do amor'".

Desafios

Diante dos grandes e complexos problemas afrontados na atualidade, "a questão social torna-se, ao mesmo tempo, questão antropológica", disse Bento XVI.

Isso significa que os acontecimentos do cenário social mais amplo criam situações que incidem cada vez mais sobre a própria condição do ser humano.

"A propagação de um confuso relativismo cultural e de um individualismo utilitarista e hedonista enfraquece a democracia e favorece o domínio dos poderes fortes. É necessário recuperar e revigorar uma autêntica sabedoria política, […] tendo em conta que a política é também uma arte complexa de equilíbrio entre os ideais e interesses".

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