Bento XVI manifestou hoje, 1º, sua preocupação em relação às minorias religiosas no Paquistão, assinalando que uma sociedade democrática deve "proteger a liberdade religiosa, um direito básico inerente à própria dignidade da pessoa humana".
O Papa recebeu no Vaticano a nova embaixadora paquistanesa, Ayesha Riyaz, à qual falou da necessidade de "salvaguardar os cidadãos que pertencem às minorias religiosas de atos de violência". Falando das constantes ameaças à liberdade religiosa, o Papa indicou que é preciso oferecer segurança às pessoas, para que estas possam "viver, adorar e praticar atos de caridade em conformidade com os ditames da sua consciência e imunes à intimidação".
Bento XVI lembrou a contribuição dada pelos católicos na ajuda às vítimas do terremoto de 2005 e indicou que "a Igreja Católica continua a desempenhar um papel importante na oferta da educação, cuidados de saúde e serviços de caridade a todos os cidadãos, independentemente da sua religião".
Depois de ter enviado saudações ao presidente Pervez Musharraf e ao governo paquistanês, o Papa sublinhou a importância de esforços comuns em favor da paz e da justiça, como forma de "assegurar um futuro melhor para a humanidade". Esse futuro, indicou, "apenas pode ser construído quando há uma genuína cooperação entre povos, religiões e nações".
Por isso, Bento XVI saudou os esforços do Paquistão no trabalho conjunto com a comunidade internacional "para trazer maior estabilidade à região e proteger as vidas inocentes das ameaças do terrorismo e da violência".
Depois o Papa entregou a cada embaixador um discurso relativo à situação do País representado.
No discurso ao embaixador do Burundi, o Santo Padre pede a Deus que ajude todos os cidadãos "no compromisso corajosos e generosos que os anima a construir juntos uma sociedade mais fraterna e mais solidária, que seja também mais amplamente um sinal concreto e um apelo vigoroso à consolidação da paz e da estabilidade na região dos Grandes Lagos".
Lembrando Dom Michael A. Courtney, Núncio Apostólico no Burundi, assassinado em 2003, o Papa exortou as Autoridades do País a "não medir esforços para esclarecer este assassinato e para que os responsáveis sejam entregues à justiça".
Ao diplomata do Sudão, Bento XVI pediu que se chegue a uma solução política no conflito da região de Darfur, que se arraste desde 2003, "no respeito das minorias culturais, étnicas e religiosas" e sublinhou que a paz não se consegue "com as armas, mas com a cultura do diálogo e com a negociação".
Por fim, o Papa sublinhou que: "Para que todos os homens sejam capazes de manter relações fraternas e sinceras, e construir uma sociedade mais justa e mais solidária, a contribuição de diferentes tradições religiosas, presentes em vosso País, com a riqueza de seu patrimônio de valores humanos, morais e espirituais, possui uma importância incontestável".