Além dos novos números, a Instituição anunciou que o atual presidente, Ernst Von Freyberg, deixará o cargo nesta quarta-feira, 9
Da Redação, com Santa Sé
O Instituto para as Obras de Religião (IOR), conhecido como o Banco do Vaticano, apresentou nesta terça-feira, 8, um novo balanço. O documento que resume as atividades da Instituição destaca que bloqueou mais de 2 mil contas desde 2013.
As contas são relativas a 1329 clientes individuais e 762 clientes institucionais, estando a instituição à espera que “sejam fornecidos todos os dados exigidos”.
O IOR revela que, entre maio de 2013 e junho desde ano, realizou uma análise sistemática de todos os registros de clientes para identificar a informação perdida ou insuficiente.O processo levou a que a instituição terminasse relações com cerca de três mil clientes, 2600 das quais classificadas como “contas adormecidas”.
“Graças a esta decisão, o IOR está agora concentrado apenas nas instituições católicas, clero, funcionários ou antigos trabalhadores do Vaticano, com contas em que recebem salários ou pensões, embaixadas e diplomatas acreditados junto da Santa Sé”, enfatiza o Documento.
Depois de um lucro de 86,6 milhões de euros em 2012, a instituição apresenta este ano um resultado positivo de 2,9 milhões, “significativamente influenciado por despesas extraordinárias, por ajustes significativos no valor dos fundos de investimento geridos por terceiros negociados em 2012 e início de 2013, e pela queda no valor do ouro”.
Em 30 de junho deste ano, o IOR tinha 15 495 clientes com ativos totais de seis mil milhões de euros.O documento revela também que em 2013, a instituição contribuiu com 54 milhões de euros para o orçamento da Santa Sé.
O documento anuncia ainda o início da “fase II” da reforma do instituto, com a sua integração no novo contexto econômico e administrativo do Vaticano. O IOR passará a ter nova direção, um ano e meio depois da nomeação, por Bento XVI, do alemão Ernst Von Freyberg como presidente da instituição.
Em comunicado, o responsável faz um balanço positivo do trabalho realizado, afirmando que deixa os fundamentos para permitir que uma nova equipe de direção faça do IOR um fornecedor de serviços no mundo financeiro católico.
“No início do meu mandado disse várias vezes que perseguiria com tolerância zero qualquer atividade suspeita. Levamos a cabo as nossas reformas neste espírito e melhoramos significativamente os procedimentos para tornar o Instituto mais seguro e transparente”, refere Ernst von Freyberg.
O responsável fala de um processo “doloroso, mas absolutamente necessário”, que deixa ao seu sucessor “as bases para um novo futuro do IOR como gestor de serviços financeiros completa e exclusivamente dedicado a servir a missão da Igreja Católica”.
A nova Secretaria para a Economia da Santa Sé, criada pelo Papa Francisco, vai apresentar nesta quarta-feira, 9, a nova direção do IOR durante uma coletiva de imprensa.
O prefeito da Secretaria para a Economia, Cardeal George Pell, assinala que a Santa Sé vive um período de grandes mudanças, que visa a criação de estruturas mais simples e eficientes.
O balanço anual, publicado pela segunda vez na história da instituição, foi revisto pela Deloitte & Touche e será publicado a 15 de julho no site do IOR.