O Instituto para as Obras de Religião (IOR), conhecido como o Banco do Vaticano, vai apresentar nesta terça-feira, 1º de outubro, pela primeira vez, o seu balanço anual.
O porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, disse nesta segunda-feira, 30, aos jornalistas que este será um “documento técnico”, com centenas de páginas, o que representa um “passo significativo” nos esforços de transparência.
O Papa criou em junho uma comissão de inquérito para o IOR, com a finalidade de recolher "informações precisas sobre a situação jurídica e as várias atividades do Instituto".
Os cinco membros da comissão, que inclui dois cardeais e uma leiga norte-americana, têm como missão procurar “uma melhor harmonização” do IOR com a “missão universal” da Igreja Católica e da Santa Sé, no “contexto mais geral das reformas que seja oportuno realizar por parte das instituições que auxiliam a Sé Apostólica”.
O Instituto para as Obras de Religião foi fundado em 1942 por decreto papal e o seu objetivo é “servir a Santa Sé e a Igreja Católica em todo o mundo”, destaca o Vaticano.
O IOR protege o patrimônio de um grupo “claramente determinado de pessoas físicas e jurídicas” com filiação na Igreja Católica, definida pelo direito canônico ou pelo direito do Estado da Cidade do Vaticano.
O governo do instituto é constituído por uma comissão cardinalícia, um prelado, um Conselho de Supervisão e uma direção.
O IOR tem ao seu serviço 114 funcionários, com sede no Estado da Cidade do Vaticano.
Conselho dos cardeais
Outro assunto tratado por padre Federico Lombardi durante a coletiva, foi a instituição do "Conselho de cardeais", feita pelo Papa Francisco nesta segunda-feira, 30. O grupo é composto por oito cardeais, anunciados em 13 de abril passado e que terão a missão de auxiliar o Papa no governo da Igreja e no projeto de reforma da Cúria Romana.
Os cardeais são estes: Giuseppe Bertello, ex-núncio apostólico na Itália e San Marino e presidente do Governo do Vaticano; Francisco Javier Errazuriz Ossa, arcebispo emérito de Santiago do Chile; Oswald Gracias, arcebispo de Bombaim e presidente da Conferência Episcopal da Asia; Reinhard Marx, arcebispo de Monique e Freising (Alemanha); Laurent Monswengo Pasinya, arcebispo de Kinshasa (República Democrática do Congo); Sean Patrick O'Malley, arcebispo de Boston (EUA); George Pell, arcebispo de Sidney (Australia); e Oscar Andrès Rodrìguez Maradiaga, arcebispo de Tegucigalpa (Honduras).
Nesta terça-feira, 1º de outubro, acontecerá a primeira reunião do Conselho com a presença do Santo Padre. As sessões de trabalho prosseguirão até quinta-feira, dia 3.
Padre Lombardi reiterou que trata-se do primeiro encontro do Papa com os cardeais e que, portanto, não se deve esperar decisões relevantes. Também salientou que não serão publicados documentos de trabalho, nem está previsto nenhum comunicado final sobre a reunião.
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