Num clima denso de serenidade, comoção e oração, é contínuo o fluxo de milhares de pessoas, de todas as idades, que prestam homenagem a Chiara Lubich no auditório do Centro Internacional dos Focolares em Rocca di Papa, onde Chiara está sendo velada em Roma.
:. Último adeus a Chiara será na terça-feira
Entre as personalidades, uma testemunha dos últimos 40 dias da sua vida no Hospital Universitário Gemelli, o Professor Salvatore Valete, catedrático de Pneumologia, que a assistiu diz: "Durante este período, Chiara suportou, tolerou todos os sofrimentos com uma serenidade, com uma participação construtiva, verdadeiramente comovente. Muitas vezes o sofrimento é apenas um peso doloroso. Ela, pelo contrário, manteve um olhar sereno que me impressionou muito. Foi assim até ao momento da morte".
O Cardeal Stanislaw Rylko, presidente do Conselho Pontifício para os Leigos, quis deslocar-se a Rocca di Papa, onde seu corpo está sendo velado: "Tive vários encontros com Chiara, o último foi por ocasião das festas natalícias. Mas cada encontro com ela foi, na minha vida, um momento que deixou marcas muito profundas. Ela era uma pessoa que contagiava cada interlocutor, com o seu entusiasmo pelas coisas de Deus". O Cardeal deixou uma mensagem aos seus filhos espirituais: "Mantenham esta chama do carisma, com grande coragem. Esta é uma história, na Igreja, que não se fecha, mas que se abre". Também o subsecretário do Conselho Pontifício, Guzmán Carriquiry, quis estar presente.
Andrea Riccardi, Comunidade de Santo Egídio, exprime, como fundador, uma impressão pessoal: "Chiara ensinou-me a dignidade do carisma, o seu valor, que é o que de mais precioso temos", e ainda "Chiara é de todos: é da Igreja, é também das pessoas de outras religiões, Chiara é do mundo, porque foi de Jesus. Agora que está em silêncio, devemos aprender a escutá-la melhor, e só conseguiremos escutá-la se fizermos unidade entre nós".
Salvatore Martinez, coordenador na Itália da Renovação Carismática Católica, afirmou: "A herança de Chiara é uma herança de amor marcada por uma maternidade espiritual da qual todos lhe estamos gratos". Referiu ainda longamente sobre o testemunho desta mulher "que não se detém perante os desafios da secularização e das contraposições culturais, ideológicas e religiosas".
Esteve também presente, em oração, diante de Chiara Lubich, Frère Alois, prior da Comunidade de Taizé, sucessor de Fr. Roger, juntamente com dois companheiros de comunidade. "Nós, em Taizé, disse, damos graças a Deus pela vida de Chiara. É uma luz para nós. E esta luz permanece entre nós". E recordou a grande estima e o grande amor que Fr. Roger tinha por ela.
O Presidente da República Italiana, Giorgio Napolitano, em uma mensagem, define Chiara Lubich como "uma das figuras mais representativas do diálogo inter-religioso e intercultural, uma voz rigorosa e límpida no debate contemporâneo. Soube fundar um dos mais difundidos movimentos no mundo, capaz de se confrontar, com espírito aberto, com o mundo civil, na base da supremacia dos ideais da solidariedade, da justiça e da paz entre os povos e nações".
O telegrama da Conferência Episcopal Italiana, assinado pelo Cardeal Angelo Bagnasco e pelo Bispo Giuseppe Betori, refere a experiência de Chiara como "uma experiência de comunhão que enriquece a vida da Igreja na Itália e no mundo". E recorda "com particular reconhecimento a força do seu testemunho que propôs um caminho de fé fundado no princípio da unidade, que é na Igreja e no mundo fonte de itinerários de vida marcados pela plenitude da alegria".
São muitos os testemunhos de fundadores e presidentes de Movimentos eclesiais e Novas comunidades com quem Chiara mantinha um contato, sobretudo desde 1998 quando João Paulo II os tinha convidado à comunhão recíproca.