Forças da Otan derrubaram um edifício dentro do complexo Bab al-Aziziyah de Gaddafi no início desta segunda-feira, 25, no que uma autoridade de imprensa do governo de Gaddafi disse ter sido um atentado contra a vida do líder líbio.
Bombeiros ainda trabalhavam para extinguir as chamas em parte do prédio arruinado horas após o ataque, quando jornalistas estrangeiros foram levados ao local em Trípoli.
O funcionário de imprensa, que pediu para não ser identificado, disse que 45 pessoas ficaram feridas no ataque, 15 delas seriamente, e algumas continuam desaparecidas. O relato não pôde ser confirmado de forma independente.
Saif al-Islam, filho de Gaddafi, afirmou que o governo líbio não se curvará a tais ataques.
"O bombardeio que teve como alvo o escritório de Muammar Gaddafi hoje… só assustará crianças. É impossível nos assustar ou nos fazer desistir ou hastear a bandeira branca", teria dito ele segundo a agência de notícias estatal Jana.
"Você, Otan, está lutando uma batalha perdida, porque é apoiada por traidores e espiões. A história provou que nenhum Estado pode se apoiar neles para vencer."
O complexo de Gaddafi já foi atingido antes, mas as forças da Otan parecem ter intensificado o ritmo dos ataques em Trípoli nos últimos dias. Um alvo próximo, que o governo afirmou ser um estacionamento de automóveis mas que parecia encobrir um bunker, foi atingido dois dias atrás.
Os Estados Unidos, a Grã-Bretanha e a França dizem que não irão interromper os ataques aéreos sobre a Líbia até Gaddafi entregar o poder.
Washington assumiu um papel secundário na Guerra aérea desde que entregou o comando à Otan no final de março, mas sofre pressão para fazer mais. Na semana passada o país enviou aeronaves não-tripuladas Predator, que fizeram seus primeiros disparos no sábado.
No domingo tropas do governo bombardearam novamente o bastião rebelde de Misrata, no oeste, dois dias após anunciar sua retirada na esteira de um sítio de dois meses.
Um engenheiro que trabalha para uma estação de rádio dissidente em Misrata disse à TV Al Arabiya que pelo menos 30 pessoas foram mortas e 60 ficaram feridas pelo bombardeio à cidade costeira.
O saldo de mortos não pôde ser confirmado de forma independente.
"Está havendo um bombardeio muito intenso e aleatório em áreas residenciais. Corpos queimados estão sendo trazidos ao hospital", declarou Ahmed al-Qadi à Al Arabiya.
Um médico em um hospital de Misrata disse que entre os mortos do que ele chamou de artilharia pesada e fogo de morteiro estava um menino de 10 anos, morto em casa enquanto dormia.
Um porta-voz do governo disse que o Exército ainda está levando a cabo seu plano de retirada da cidade, mas que respondeu a disparos quando tropas em retirada foram atacadas.