A múmia foi identificada a partir de DNA e dente que tinha o nome da rainha gravado. O achado representa a descoberta do século para a egiptologia
A última descoberta de equivalente importância aconteceu em 1922, quando foi localizada a tumba do faraó Tutankhamon, que morreu aos 19 anos, em 1352 a.C, e foi um dos reis mais importantes da 18ª Dinastia (1382-1344 AC).
Para identificar a múmia da rainha egípcia, os arqueólogos, chefiados por Zahi Hawass, utilizaram amostras de DNA e um dente encontrado numa caixa de relíquias. Segundos os pesquisadores, o dente tem o nome de Hatshepsut gravado e se encaixa perfeitamente num espaço encontrado na mandíbula da múmia.
Mistérios
O cadáver embalsamado da rainha foi encontrado no Vale dos Reis em 1903, local onde foram construídos túmulos para os reis do Egito antigo. Mas a múmia permaneceu no local sem identificação até dois meses atrás, quando foi levada ao Museu Egípcio do Cairo para testes.
Os arqueólogos esperam que a descoberta revele pistas sobre os mistérios que envolvem a morte de Hatshepsut e o desaparecimento de registros sobre a história dela. Acredita-se que a rainha teria dado um golpe e tomado o poder de seu enteado, Thutmois III que, em vingança, teria apagado todos os vestígios que conservassem a sua memória.
Hatshepsut reinou por 21 anos no século 15 a.C, durante a 18ª Dinastia, e concentrou mais poderes do que outras rainhas egípcias, como Cleópatra e Nefertiti. "Uma faraó"
Uma mulher que se considerava faraó
Hatshepsut vestia-se como homem e usava uma barba postiça. A múmia mostra uma mulher obesa, que morreu com mais de 50 anos e que provavelmente teve diabete e câncer no fígado. A mão esquerda repousa sobre o peito, sinal da realeza que governou o Egito antigo. O estudo foi financiado pelo canal de TV americano, Discovery Channel, que vai transmitir um documentário sobre a descoberta no dia 1 de julho.