A Argentina anunciou na terça-feira que embarcações viajando dos seus portos para as ilhas Malvinas precisarão de uma autorização do governo, numa medida que agrava a disputa pela exploração de petróleo na região do arquipélago, controlado pela Grã-Bretanha.
O documento será exigido também para navios que se destinem às desabitadas ilhas Geórgia do Sul e Sanduíche do Sul, que a exemplo das Malvinas são reivindicadas por Buenos Aires.
Neste mês, os argentinos protestaram contra os planos britânicos de começar a explorar petróleo nas águas em torno das Malvinas (ou Falklands, para os britânicos). Em 1982, a Argentina tentou dominar o arquipélago à força, causando uma guerra vencida pelos britânicos, que deixou quase mil mortos.
"Qualquer barco que desejar viajar de portos na Argentina continental para as ilhas Malvinas, Geórgia do Sul e Sanduíche do Sul … deve antes pedir permissão do governo argentino", disse o chefe de gabinete Aníbal Fernández a jornalistas em Buenos Aires.
De acordo com ele, o decreto presidencial inclui também embarcações que passem por águas reivindicadas pela Argentina, o que afetará a crescente frota de navios de cruzeiro baseada na cidade patagônica de Ushuaia.
Um porta-voz da embaixada britânica disse que cabe à Argentina decidir como regulamentar seus portos. "A forma como a Argentina aplica suas leis dentro do território argentino é assunto para a Argentina. O Reino Unido não tem dúvidas a respeito da sua soberania sobre as ilhas Falklands e a área marítima circundante", acrescentou.
Geólogos consideram que a região das Malvinas pode ser rica em reservas energéticas, embora a prospecção na Bacia do Norte das Malvinas, em 1998, não tenha levado a investimentos em exploração.
A empresa Falkland Oil and Gas Ltd anunciou na segunda-feira um acordo com a Desire Petroleum Plc para contratar equipamentos que perfurem o primeiro poço na Bacia do Leste das Malvinas, com início previsto para ainda este semestre.
Na semana passada, autoridades argentinas proibiram o embarque de uma carga de tubos metálicos num navio que teria operado nas Malvinas. Segundo funcionários, havia sinais de que a embarcação transportava para as ilhas materiais que poderiam ser usados na exploração de hidrocarbonetos.
Em 2007, o governo local anunciou que adotaria sanções contra empresas vinculadas ao setor energético no território disputado.
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