Manifestações que aconteceriam nesta quarta-feira, 1, foram antecipadas; veículo militar atropela manifestantes
Da redação, com Agências
Nesta terça-feira, 30, a população venezuelana tomou as ruas da capital do país, Caracas, após a convocação do presidente interino, Juan Guaidó, por manifestações. O presidente, pela manhã, havia anunciado o apoio dos militares para lutar contra o governo de Maduro, que deu início à fase final da chamada Operação Liberdade.
“O momento é agora!”, escreveu. “O futuro é nosso: o povo e as Forças Armadas unidas para pôr um fim” ao tempo de Maduro no governo.
Dezenas de milhares de pessoas faziam uma passeata em Caracas para apoiar Guaidó nesta terça-feira, 29, e confrontaram o batalhão de choque na avenida Francisco Fajardo. Um veículo blindado da Guarda Nacional avançou sobre manifestantes que atiravam pedras e o atingiam.
Durante todo o dia, confrontos constantes aconteceram entre os dois lados da população e também envolvendo a polícia, que tenta conter as multidões.
Maduro acusou a oposição de tentativa de golpe, e postou uma mensagem também convocando às ruas a população que o apoia. “Venceremos”, escreveu o chavista na rede social.
Nas ruas, houve tumulto, disparos de bombas, e carros blindados avançando sobre os manifestantes.
Apoiadores de Maduro forçaram as grades de La Carlota, local escolhido para a base de governo de Guaidó, mas os militares responderam com disparos.
O presidente autoproclamado surpreendeu ao aparecer nas imediações de La Carlota em companhia de Leopoldo López, o líder da oposição que estava em prisão domiciliar, foi libertado e reapareceu hoje em público pela primeira vez.
Vinte e cinco militares venezuelanos pediram asilo na embaixada brasileira em Caracas.
Reação Internacional
O presidente dos EUA, Donald Trump, disse no Twitter que está “monitorando a situação na Venezuela muito de perto”. “Os Estados Unidos estão com o povo venezuelano e sua liberdade”.
O secretário-geral das Nações Unidas (ONU), António Guterres, pediu “máxima moderação” para evitar uma escalada da violência na Venezuela. Segundo seu porta-voz, Stéphane Dujarric, Guterres segue os acontecimentos no país latino “com preocupação” e cobra “ações imediatas para restabelecer a calma”.
O presidente Jair Bolsonaro reafirmou apoio a Guaidó e disse que o Brasil “acompanha com bastante atenção” a situação. Já o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, afirmou que o Brasil espera que militares venezuelanos apoiem a “transição democrática” no país vizinho.