O Papa Bento XVI deixou nesta manhã de sábado, 12, a cidade de Castel Gandolfo para presidir a Santa Missa, na Basílica de São Pedro, na qual ordenou cinco novos bispos italianos: Dom Gabrielle Giordano Caccia, Dom Franco Coppola, Dom Pietro Parolin, Dom Raffaele Martinelli e Dom Giorgio Corbellini, que trabalharam na Secretaria de Estado, na Congregação para a Doutrina da Fé e no Governatorato do Estado da Cidade do Vaticano.
A homilia foi a ocasião para Bento XVI refletir sobre o sacramento da Ordem. O Pontífice recordou que Jesus reuniu todos os vários aspectos de seu sacerdócio em uma única frase: "O Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar sua vida em resgate de muitos" (Mc 10, 45).
"Servir e, com isso, doar-se a si mesmo, ser não para si, mas para os outros, da parte de Deus e em vista de Deus: isto é o núcleo mais profundo da missão de Jesus Cristo e, junto, a verdadeira essência do seu Sacerdócio."
Cristo fez do termo servo um título de honra. Ele que é o verdadeiro patrão veio ao mundo como servo. Seu sacerdócio não é domínio, mas serviço.
Em Jerusalém, na última semana de sua vida, Jesus destacou as três características do servir, sendo a primeira a fidelidade. A fidelidade é altruísmo e, desse modo, é libertadora para o próprio ministro e para aqueles que são confiados a ele. A fidelidade não é estéril ou estática, é criativa. Fidelidade não é medo, mas é inspirada pelo amor e por seu dinamismo.
A segunda característica que Jesus pede ao servo é a prudência. Prudência, esclareceu o Papa, é diferente da astúcia.
Prudência, segundo a tradição filosófica grega, é a primeira das virtudes cardeais, indica a primazia da verdade, torna-se critério do nosso agir. Prudência significa colocar-se em busca da verdade e agir segundo ela. Assim, a primeira virtude cardeal do sacerdote consiste em deixar-se plasmar pela verdade que Cristo nos mostra.
A terceira característica sobre a qual Jesus fala nas parábolas do servo é a bondade. "Bom no sentido pleno é somente Deus. Ele é o Bem, o Bom por excelência, a Bondade em pessoa. Em uma criatura, como no homem, o ser bom se baseia, portanto, necessariamente sobre uma profunda orientação interior em direção a Deus. A bondade pressupõe, sobretudo, uma viva comunhão com Deus. Somente se a nossa vida se desenvolve no diálogo com Ele, poderemos nos tornar verdadeiramente servos bons", disse o Papa.
Por fim, Bento XVI recordou que no calendário da Igreja hoje se recorda o Nome de Maria, que, na tradição ocidental, foi traduzido como "Estrela do Mar":
"Quantas vezes a história na qual vivemos se parece com um mar escuro que atinge com ondas ameaçadoras o barco da nossa vida. Muitas vezes, a noite parece impenetrável. Muitas vezes, tem-se a impressão de que somente o mal tem poder. Muitas vezes, percebemos somente de longe a grande luz, Jesus Cristo, que venceu a morte e o mal. Mas então vemos muito próxima a luz que se acendeu, quando Maria disse: 'Eis a serva do Senhor'. Ele nos deu a sua Mãe como nossa Mãe, a fim de que aprendamos com Ela a pronunciar o 'sim' que nos torna bons."
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