Estatísticas

Anuário Pontifício 2010: estatísticas da Igreja no mundo

O Annuarium Statisticum Ecclesiae (Anuário Estatístico da Igreja) informa sobre os aspectos salientes que caracterizam a atividade da Igreja Católica nos diversos Países e nos Continentes em particular.

As tabelas estatísticas, integradas por gráficos, são enriquecidas por legendas nas línguas latina, inglesa e francesa.

A seguir, reportam-se algumas anotações estatísticas sobre aspectos que parecem constituir as tendências de maior importância para a Igreja Católica entre 2000 e 2008.

1. em nível global, o número de católicos batizados passou de 1.045 bilhão em 2000 para 1.166 bilhão em 2008, com uma variação relativa de +11,54% (Tabela 1); incremento apenas um pouco superior ao da população da Terra, perto de +10,77%, que evidencia um comportamento de substancial estabilidade da difusão dos católicos batizados. No entanto, esse incremento deve ser atribuído de maneira diferenciada às diversas situações continentais: enquanto, de fato, na África registra-se um incremento de 33,02% dos católicos, no extremo oposto, na Europa, manifesta-se uma situação de prática estabilidade (+1,17%); deve-se registrar, também, os significativos incrementos que se revelam na Ásia (+15,61%), na Oceania (+11,39%) e na América (+10,93%). Além disso, essas evoluções devem ser lidas também no efeito que produzem sobre o peso relativo que os católicos assumem nos vários continentes: vai-se desde a redução relativa dos católicos europeus, que, embora aumentando em valor absoluto, veem cair o próprio peso no mundo, de 26,81% em 2000 para 24,31% em 2008, à correlativa aquisição de importância dos católicos africanos, que passam, entre 2000 e 2008, de 12,44% a 14,84%. Para os outros continentes, indica-se uma substancial estabilidade da América e da Oceania e um leve aumento para a Ásia.

Aparece de particular interesse a leitura dos dados sobre a distribuição dos católicos nas várias áreas continentais comparados ao número dos habitantes. Um olhar sobre tais relações mostra que, na África, a tendência ao crescimento resulta constante (passa dos 12,44 por cada 100 habitantes em 2000 para os 14,84 em 2008), enquanto tal crescimento, muito mais contido, manifesta-se na América e na Ásia. Pode-se também acrescentar que, nos continentes em particular, o número relativo de católicos varia entre níveis diferentes: vai-se, para o ano mais recente, dos 3 católicos por cada 100 habitantes na Ásia, aos 63 por cada 100 na América. Também pode-se notar que, na Oceania, tal número relativo de católicos é de cerca de 26, e, na Europa, de 40.

2. Nos oito anos que vão desde 2000 a 2008, o número dos bispos passou de 4.541 para 5.002, com um aumento relativo que supera um pouco os 10%, como se percebe a partir da Tabela 2. Tal movimento de crescimento se encontra em todos os continentes, embora a variação relativa se apresente mais acentuada para a Ásia, para a África e para a América, e abaixo da tendência geral para a Europa e para a Oceania. Pode-se, também, assinalar que o peso de cada continente permaneceu, no período, praticamente invariável e proporcional à importância relativa das realidades continentais particulares.

Não é menos interessante observar também os valores, exibidos a seguir, do número de sacerdotes (diocesanos ou religiosos) para cada bispo, a fim de capturar o balanço entre esses itens e as realidades continentais particulares.

 

 

Número de Sacerdotes/ Bispos

 

2000

2008

África

45,2

53,2

América

71,3

65,1

Ásia

69,5

72,9

Europa

139,4

121,4

Oceania

40,9

36,5

Mundo

89,2

81,8

Em nível mundial, tal relação vem decrescendo ao longo do tempo, evidenciando uma melhor e mais harmônica distribuição dos bispos nas realidades continentais, bem como um significativo equilíbrio quantitativo entre sacerdotes e bispos no transcorrer do tempo.

3. As estatísticas relativas aos sacerdotes, diocesanos e religiosos, são reportadas na Tabela 3, em termos de consistência em 2000, 2007 e 2008.

O primeiro dado que fica evidente é que o número total dos sacerdotes no período entre 2000 e 2008 mostra uma tendência de crescimento positiva, embora moderada, e geralmente inferior ao 1%. Isso vale a nível global, enquanto para os continentes em particular as dinâmicas são diferenciadas. Confrontados com aumentos significativos para a África e para a Ásia, onde registra-se um aumento de 33,1% e 23,8%, respectivamente, está uma quase estacionariedade para a América, enquanto a Europa apresenta uma queda de mais de 7% e a Oceania de -4%.

Uma variação ainda mais marcante surge quando se opera a distinção entre sacerdotes diocesanos e religiosos. Enquanto, no planeta, o número dos primeiros passou de 265.781 em 2000 para 272.431 em 2008, manifestando assin uma significativa recuperação, aquele dos segundos aparece em constante declínio. De fato, os sacerdotes religiosos, que eram 139.397 em 2000, foram reduzidos para cerca de 135 mil oito anos mais tarde.

A distribuição percentual do complexo dos sacerdotes por continente evidencia, como era de se esperar, notáveis mudanças nos oito anos considerados. África e Ásia contribuíram, em 2000, com 17,5% do total mundial; em 2008, tal incidência saltou para 21,9%. Também a América incrementou levemente o próprio percentual. O único continente que viu diminuir a própria cota é a Europa: em 2000, os 208 mil sacerdotes europeus representavam quase 51% do total mundial, enquanto oito anos depois caíram para quase 47%.

Do jogo combinado das variações demográficas e das mudanças no número dos sacerdotes derivam algumas inclinações variáveis para o número de católicos por sacerdote. Essa relação aumentou ao longo do tempo e, em nível global, passou dos 2.579 católicos por sacerdote no início do período para 2.849 ao final. O número de católicos por cada sacerdote aumentou em todos os continentes; todavia, a dimensão da relação aparece não pouco diferente de continente para continente. Em 2008, por exemplo, frente aos cerca de 1.400 católicos que gravitam em torno de cada sacerdote na Europa, na África a relação foi de 4.800 e, na América, de 4.700. Esses valores dão conta da diferente inclinação do relacionamento entre sacerdotes e fiéis.

4. Os comentários a seguir se referem a outras figuras de trabalhadores religiosos que acompanham a ação partoral dos bispos e dos sacerdotes: os diáconos permanentes, os religiosos professos não sacerdotes e as religiosas professas.

A consistência numérica desses três grupos de trabalhadores pastorais é bastante diversa. Ao final de 2008, os diáconos no mundo eram 37.203, os religiosos professos quase 55 mil e as religiosas professas outras 739 mil. Também as dinâmicas evolutivas apresentam características muito diferentes.

Os diáconos permanentes constituem o grupo em mais forte evolução ao longo do tempo: de cerca de 28 mil em 2000 cresceram para 37 mil em 2008, com uma variação relativa de +33,7%
(Tabela 4). Se o aumento manifestou-se em toda a parte, o ritmo de crescimento permanece diverso entre as várias áreas continentais: na Europa, o próprio incremento é significativo, passando, em oito anos, de pouco mais de 8.800 para 12.000. Também na América a dinâmica é sustentada: em 2000, esse continente contava com mais de 18 mil, enquanto, em 2008, o número saltou para outros 24 mil. Não são relevantes as variações na distribuição territorial dos diáconos durante o período examinado, verifica-se apenas uma diminuição do número relativo de diáconos na América e um crescimento na Europa.

Não é menos importante recordar que essa figura religiosa é muito presente na América (especialmente na do Norte), com 64,6% de todos os diáconos no mundo, e também na Europa (33,1%). É escassa, ao contrário, a presença dos diáconos na África e na Ásia: esses continentes representam, em conjunto, apenas 1,5% do número global.

Uma leve diminuição numérica líquida é aquela dos religiosos professos não sacerdotes (Tabela 5). Em 2000, eram, no mundo, 55.057, reduzindo-se para 54.641 em 2008. Deve-se notar que o decréscimo concentrou sobre dois continentes: Europa (- 16,6%) e Oceania (- 22,1%). Ao contrário, tais religiosos foram incrementados na Ásia e na África, bem como na América, embora em menor medida. Tais movimentos fizeram que o peso relativo dos vários continentes viesse a mudar, como pode-se diretamente apreender dos dados percentuais exibidos na Tabela 5.

As religiosas professas representam, em 2008, globalmente uma população de 740 mil pessoa, cerca de duas vezes maior que aquela dos sacerdotes, de cujo total cerca de 41% está presente na Europa, seguida pela América, que conta outras 203 mil consagradas e pela Ásia, que soma 161 mil pessoas. Em respeito ao ano 2000, o grupo sofreu uma diminuição de 7,75% (Tabela 6). O declínio, também neste caso, envolve três continentes (Europa, América e Oceania), com variações negativas também de relevo (em torno de 15 a 17 por cento). Na África e na Ásia, ao invés, o incremento foi decisivamente sustentado, em torno de 21% na primeira e 16% na segunda. Como resultado final desses dinâmicas bastante diferenciadas, a fração das religiosas na África e Ásia sobre o total mundial passa dos 23% para 30%, em detrimento da Europa e da América, cuja incidência, em conjunto, reduziu-se de 75% para 68%.

5. Os dados reportados na Tabela 7 evidenciam uma clara tendência ao crescimento dos estudantes de Filosofia e Teologia presentes nos centros dioceasnos e religiosos: no mundo, passou dos quase 110 mil candidatos em 2000 para 117 mil em 2008, com uma variação de +28,6%. A evolução é muito diferente nos vários continentes. Se nos referimos ao ano de referência inicial, observa-se que a América no total mundial contribuía com 33%, a Europa com 24%, a Ásia com 23% e a África com 18%. Oito anos mais tarde, o contributo americano caiu para 31%, o europeu para 18%, enquanto a Ásia saltou para cerca de 28% e a África para 22%.

Fazendo referência ao número dos católicos, a vitalidade da Ásia e da África são confirmadas, com cerca de 148 candidatos por milhão de fiéis na África e 263 na Ásia. Os valores europeus (75) e americanos (63) são bem menos elevados. Em relação a 100 sacerdotes, África e Ásia confirmam o próprio primado com 72 e 61 candidatos, respectivamente, enquanto mais débil é a situação europeia: somente 11 candidatos a cada 100 sacerdotez (em 2000 eram 13). Em nível mundial, no entanto, passou-se, graças ao aporte de Ásia e África, de cerca de 27 para pouco menos de 29.

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