De Assis, na Itália, Frei afirma que os europeus precisam saber que Deus é misericórdia
Catarina Jatobá
Enviada especial a Assis
Como foi um pedido do Papa Francisco, o Ano da Misericórdia deve ser vivido intensamente em cada diocese. Em Assis, na Itália, o início do Ano Jubileu aconteceu neste domingo, 13, com a abertura da Porta Santa na Catedral de São Rufino de Assis.
No dia 20 de dezembro, serão abertas as Portas Santas na basílica de São Francisco e na Basílica de Santa Maria dos Anjos.
A cidade que traz o titulo de “cidade da paz”, tem grande importância na história do cristianismo, porque foi o lugar onde moraram São Francisco e Santa Clara.
A diocese já vem se preparando para o Ano da Misericórdia há mais de um ano, com o sínodo diocesano no ano passado que tratou de temas da misericórdia. Como iniciativa local, todas as paróquias da diocese estão tendo catequeses sobre a misericórdia uma vez por semana, de dezembro de 2015 a abril de 2016, feitas por sacerdotes e professores do Instituto Teológico de Assis.
Frei Tadeu de Souza, carmelita mensageiro do Espírito Santo, é brasileiro e serve como vigário paroquial da cidade de Nocera Umbra, diocese de Assis. Ele e os demais freis participam da animação deste momento. Para ele, o ano da Misericórdia tem uma importância particular para os europeus.
“Acho que este ano é muito importante. Aqui na Europa as pessoas sentem muito a necessidade de serem acolhidas, de receberem uma palavra de conforto diante de muitas situações que vivem, muitas sequer tem o conhecimento de como Deus é misericórdia. Muitas pessoas fazem a experiência do pecado e simplesmente param no caminho. Acho que esse jubileu da misericórdia vai ser muito importante, sobretudo em relação a estas pessoas que não fizeram a experiência do amor de Deus há muito tempo porque simplesmente pararam na consideração do pecado e não conseguiram ir além disso”.
Novo tempo para a Igreja
A professora Sonia Regina Alves, que mora em Brasília, se disse encantada com o espírito cristão da cidade. A brasileira, em visita à Itália, acredita que se inicia um tempo novo na Igreja. “Eu vejo que o Papa já se empenhou em mudança de atitude das pessoas pelo mundo todo, em uma procura pela simplicidade, de ajuda aos mais pobres. Ele mudou a visão. Acho que o Ano Santo é uma abertura pra isso, um novo tempo dentro da Igreja, não só um ano santo, como uma data significativa, mas que marca um olhar da Igreja diferente para o mundo todo”.
Um sinal de paz
O casal de italianos Liliane e Rafaelle, da província de Rovigo, em visita à Basílica Santa Maria dos Anjos, comenta a expectativa para este tempo. “Eu espero que o Papa, que já tem trazido uma mudança, traga mais ainda. É tempo de nos darmos conta de que somos filhos de Deus, verdadeiramente. É tempo de amar um pouco mais, e começar a trabalhar na mudança não dos outros, mas de nós mesmos”, afirmou Liliane.
“Desejo que este seja um ano de mais solidariedade com os outros, um sinal de paz, porque estamos em guerra, e outras coisas que dizem respeito a nós, a nossas famílias, nossos filhos, sobrinhos, netos, irmãos, e todos os outros”, disse o esposo Rafaelle.