Comentando Ano da Misericórdia, Cardeal Tagle diz que o Jubileu se tornou ainda mais necessário após atentados de Paris, é uma resposta à violência
Da Redação, com Rádio Vaticano em italiano
“O Deus da Misericórdia” é o tema dos exercícios espirituais que começam nesta segunda-feira, 23, para os sacerdotes de Roma. O tema remete ao Jubileu extraordinário convocado pelo Papa Francisco, o Ano da Misericórdia. Quem fará as pregações desse retiro será o arcebispo de Manila, Filipinas, Cardeal Luis Antonio Tagle.
Entrevistado pela Rádio Vaticano, o cardeal, que também é o atual presidente da Caritas, disse que não ficou surpreso com a instituição do Ano Santo, pois desde o início de seu pontificado o Papa sempre indicou esse aspecto da vida cristã: a misericórdia de Deus.
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Em especial após os recentes atentados em Paris, cardeal Tagle acredita que o Jubileu se tornou ainda mais necessário. Para ele, todo ato de violência é uma manifestação da falta de misericórdia e esse é o mistério que silencia todos diante da violência.
“Não quero condenar ninguém, porém, pra mim, imaginar, somente imaginar, um coração que chega a fazer essas coisas…que pensamentos e que espírito influenciaram esse coração? Uma palavra então vem em mente: misericórdia. Há misericórdia nesses corações? Esse Jubileu é uma resposta, uma resposta clara à violência sem misericórdia”, declarou.
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No documento Misericordiae Vultus, que instituiu o Jubileu, o Papa afirma que o Ano Santo está aberto também para judeus e muçulmanos, pois também para eles a misericórdia é um dos atributos de Deus. Cardeal Tagle reforça que não só para eles, mas também na Ásia as antigas tradições religiosas têm tradição de misericórdia.
“A minha esperança é que, neste Ano do Jubileu, o ponto de referência para o diálogo inter-religioso, não somente do ponto de vista acadêmico, mas também daquele prático, seja concentrado na misericórdia”, concluiu o cardeal.