Jubileu instituído pelo Papa Francisco termina neste domingo, após um ano de muitas atividades em torno da misericórdia
Jéssica Marçal
Da Redação, com colaboração de Danusa Rego
Pelo menos 21 milhões de peregrinos estiveram em Roma nesse Ano da Misericórdia, que começou no dia 8 de dezembro do ano passado e termina neste domingo, 20, quando o Papa Francisco vai fechar a Porta Santa da Basílica de São Pedro.
Esse é um número que impressiona, mas não é o mais importante, segundo o Presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização, Dom Rino Fisichella. Ele conversou com a equipe do Jornalismo Canção Nova em Roma fazendo um balanço desse Ano Santo.
“A coisa mais importante é que o Jubileu da Misericórdia permitiu que os cristãos compreendam o valor da misericórdia e a vivam todos os dias de sua existência”, disse.
O prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica, Dom João Braz de Aviz, também foi entrevistado pela nossa equipe. Ele acredita que houve em todo o mundo uma resposta e que em Roma apenas foi sentida a “pressão”, com uma presença maciça de fiéis. “Eu penso que nós precisamos desse momento da misericórdia, sair de uma experiência de que o outro é um perigo pra gente. O outro é alguém com quem eu posso viver as obras de misericórdia corporais e espirituais”.
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Os pequenos Jubileus
Várias foram as ações realizadas em todo o mundo nesse Ano Jubilar, como os jubileus temáticos no Vaticano com o Papa Francisco e em várias dioceses, além de peregrinações para passar pela Porta Santa.
Desses momentos, Dom Rino destacou a presença de detentos na Praça São Pedro, no Jubileu dos Presos; o Jubileu das pessoas socialmente excluídas; o dos voluntários, quando foi canonizada Madre Teresa de Calcutá, e a chegada das relíquias de Padre Pio e São Leopoldo. “Isso para não esquecer as centenas e centenas de jovens adolescentes que invadiram Roma e a Basílica de São Pedro. São todos momentos de grande emoção que fizeram entender o sentido profundo desse Jubileu”.
Para Dom Aviz, o impressionante nesses jubileus foi como o Papa quis encontrar todo tipo de pessoa. “O Papa quis chegar a todos e dizer: Deus ama você, não fique parado, não deixe de acreditar no seu amor”.
Outro aspecto marcante do Jubileu foram as Sextas-Feiras da Misericórdia, uma iniciativa do Papa Francisco para estar mais próximo dos mais necessitados e fragilizados. A cada mês, o Pontífice fez uma visita surpresa a algum órgão que atende essas pessoas e Dom Rino teve a oportunidade, ou como diz ele, a graça, de poder acompanhar o Santo Padre nessas missões.
Ele disse que pôde tocar com a mão a grande humanidade e comoção do Papa Francisco nesses momentos. “As emoções que eu vi nas faces, nos olhos das pessoas, a incredulidade também, me marcaram particularmente. (…) Apenas o Papa chegava e tudo se transformava”.
Além das Sextas da Misericórdia, Dom Aviz destacou também algumas viagens que o Papa escolheu fazer nesse Ano Santo, a fim de levar a paz e a misericórdia em lugares onde há dificuldades. “O Papa se debruçou, eu fico até admirado como aquele homem de 80 anos consegue desenvolver tanto trabalho como ele desenvolve”.
Daqui pra frente
Agora o Ano Santo está para terminar e a proposta é continuar propagando a misericórdia divina nas ações do dia a dia. “A misericórdia não é um parêntese na vida da Igreja. A misericórdia é a vida cotidiana dos cristãos”, finaliza Dom Rino.
“Eu penso que se o Ano da Misericórdia foi vivido intensamente por nós e de modo correto, nós agora temos o rosto e o coração da misericórdia, então a nossa experiência cristã tem que ser mais caracterizada pela misericórdia”, acrescenta Dom João Braz de Aviz.