O valor indica que pelo menos 1,7 milhão de pessoas ficaram sem trabalho ao longo desse ano, na América Latina e no Caribe
Da redação, com ONU Brasil
A Organização Internacional do Trabalho (OIT) destacou, nesta quinta-feira, 10, que a taxa de desocupação na América Latina e no Caribe chegou a 6,7% em 2015, índice mais alto registrado em cinco anos. O valor indica que pelo menos 1,7 milhão de pessoas ficaram sem trabalho ao longo desse ano. Em 2014, taxa era de 6,2%. O número total de latino-americanos e caribenhos desempregados é estimado em 19 milhões. No Brasil, a falta de emprego aumentou 1,5%, crescimento que teve fortes reflexos nas médias regionais.
De acordo com o relatório Panorama Laboral 2015 da América Latina e Caribe, apesar da taxa geral indicar uma deterioração dos mercados de trabalho da região avaliada pela OIT, nem todos os países apresentaram aumentos tão expressivos em suas médias quanto o Brasil. A agência estima que o desemprego no país passou de 6,9 para 8,4%, entre 2014 e 2015. Na América Central e no México, porém, observou-se uma queda do desemprego, de 5,2% para 4,8%, no mesmo período. No Caribe, a taxa aumentou apenas 0,3%, de 8,2% para 8,5%.
Na América do Sul, o desempenho negativo do Brasil influenciou a média regional, que subiu de 6,8 para 7,6%. No entanto, ao ponderar os índices dos países do Cone Sul (Argentina, Chile e Uruguai), sem incluir a nação brasileira, a OIT registrou uma queda de 0,3% no desemprego.
A OIT também verificou indícios de que não só o desemprego, mas também a precariedade dos postos de trabalho estaria aumentando no conjunto de países da América Latina e do Caribe. Dados indicam que a informalidade já atinge cerca de 130 milhões de trabalhadores na região. A agência também alertou para a elevação da taxa regional de desocupação entre os mais jovens. O índice aumentou de 14,5% para 15,3%, entre 2014 e 2015.
“Os efeitos acumulados da desaceleração econômica que se iniciou há três ou quatro anos e que se aprofundou em 2015 podem ser descritos como uma crise em câmera lenta”, afirmou o diretor regional da OIT, José Manual Salazar, a respeito das causas do crescimento da desocupação. Com as perspectivas de crescimento lento na região, estima-se que a taxa pode atingir 6,9% em 2016.