Antes de encerrar sua visita à Diocese de San Marino-Montefeltro, na costa leste da Itália, cerca de 300km de Roma, o Papa Bento XVI encontrou-se, neste domingo, 19, com os jovens do local e refletiu sobre a importância das “perguntas” sobre a existência humana, na era da tecnologia.
“Mesmo na era do progresso científico e tecnológico, o homem permanece um ser aberto à verdade integral da sua existência, que não se detém nas coisas materiais, mas se abre a um horizonte muito mais vasto”, disse.
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Ao recordar “as grandes interrogações” que cada um traz dentro de si, o Papa destacou que estas são “o mais elevado sinal da transcendência do ser humano” de não ficar “na superfície das coisas”.
“Não se detenham nas respostas parciais, imediatas – sem dúvida as mais fáceis e cômodas -, que podem lhes oferecer momentos de felicidade, exaltação e embriaguez, mas que não levam à verdadeira alegria de viver, aquela que nasce para quem não constrói sobre a areia, mas sobre a rocha sólida”, afirmou Bento XVI.
Ele pediu aos jovens que aprendam a refletir, a “ler” em profundidade as suas próprias experiências humanas, na certeza de que terão a alegria de descobrir que “o coração é uma janela aberta sobre o infinito”.
“Não se trata de modo algum de desprezar o uso da razão ou de rejeitar o progresso científico, bem pelo contrário. Trata-se, isso sim, de compreender que cada um de nós não é feito apenas de uma dimensão horizontal, mas compreende também a dimensão vertical”, ressaltou.
O Papa deixou ainda uma palavra de encorajamento à comunidade de São Marino em relação à crise econômica:
“Ela coloca todo o tecido social diante da imperiosa exigência de enfrentar os problemas com coragem e sentido de responsabilidade, com generosidade e dedicação, fazendo referência ao amor pela liberdade que distingue o vosso povo”, assinalou.
Após o encontro, Bento XVI partiu rumo ao Vaticano de helicóptero.
A República de San Marino, com 61km2, é o terceiro menor Estado da Europa, atrás do Vaticano e do Principado de Mônaco. Constituída em 8 de outubro de 1600, é a mais velha das repúblicas europeias. Encravada entre as regiões italianas de Emilia Romanha e Marcas, ela conta com 30 mil habitantes.
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