Autismo

Abril Azul: Especialista comenta transtorno do espectro autista

Abril é o mês de campanha para conscientização sobre o autismo

Denise Claro
Da redação

Mês de abril é dedicado ao autismo./ Foto: sdominick by GettyImages

Abril é dedicado ao autismo. No dia 2 é comemorado, desde 2008, o Dia Mundial de Conscientização do Autismo, mas a campanha se estende ao longo do mês. A data foi instituída pela ONU.

Segundo dados do CDC (Center of Deseases Control and Prevention), órgão ligado ao governo dos Estados Unidos, existe hoje um caso de autismo a cada 110 pessoas. Dessa forma, estima-se que o Brasil tenha cerca de 2 milhões de autistas. São mais de 300 mil ocorrências só no Estado de São Paulo.

A pós-doutora em educação especial e idealizadora do Instituto Nacional Saber Autismo, Dra. Maria Claudia Brito, explica as principais características da síndrome:

“O autismo não é uma doença, mas um transtorno do neurodesenvolvimento, como uma linha que tem de graus mais leves a graus mais severos de pessoas que tem dificuldades em comunicação e interação social e no seu comportamento, em relação a ser repetitivo, estereotipado, muita dificuldade de mudança na rotina, crises sensoriais.”

A especialista afirma que há três níveis de autismo, diferenciadas pela capacidade de linguagem funcional dos indivíduos, e a autonomia que a pessoa tem para fazer as coisas do dia a dia.

“Há crianças que lêem um livro inteiro, e sabem contar a história completa. Mas se você perguntar quantos anos ela tem, sobre o que ela mais gosta de brincar, ela não consegue responder. É uma questão de uso social e funcional da linguagem.”

Maria Claudia afirma que indivíduos que tenham os graus mais leves de autismo têm uma autonomia maior, inclusive na vida adulta. Segundo ela, o transtorno do espectro autista não tem cura, porém, quanto mais cedo acontecer o diagnóstico e as intervenções profissionais, os graus podem ficar mais leves.

“É possível identificar sinais do autismo desde bebês muito pequenininhos. Muitas vezes professores de berçário e pediatras, que é o primeiro profissional para quem a criança chega, percebem, pelo contato olho no olho, pelo sorriso, pelo apontar para as coisas… mas quem avalia é um neuro e uma equipe multidisciplinar, por haverem alterações em várias áreas.”

O autismo é relacionado à cor azul porque o autismo acontece mais em meninos do que em meninas. Pesquisas indicam que o transtorno acomete entre 30% a 50% mais indivíduos do sexo masculino.

A especialista lembra que é importante estar atento aos primeiros sinais, para que um melhor tratamento seja dado ao autista:

“Busque ajuda assim que você perceber que tem alguma coisa errada. Se não for nada, você fica tranquilo. Se for algo, você já saberá o que deve fazer, que é melhor para a sua vida e para a vida da criança.”

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