Aos 72 anos, o romancista tanzaniano foi agraciado com o prêmio graças à sua obra que trata do colonialismo e do drama dos refugiados
Da redação, com Reuters
O romancista tanzaniano Abdulrazak Gurnah, 72, venceu o Prêmio Nobel de Literatura de 2021 “por sua penetração intransigente e compassiva dos efeitos do colonialismo e do destino dos refugiados”, informou o órgão nesta quinta-feira, 7.
Os romances de Gurnah incluem “Afterlives”, ambientado durante a Primeira Guerra Mundial, selecionado para o Prêmio Orwell de Ficção Política de 2021. Outros livros que ele escreveu incluem “Paraíso”, selecionado para o Prêmio Booker de Ficção, e “Deserção” .
Vivendo na Grã-Bretanha, Gurnah é o primeiro escritor africano a ganhar o prêmio desde a zimbabuana Doris Lessing, em 2007, e apenas o segundo escritor negro da África subsaariana, após o nigeriano Wole Soyinka, que venceu em 1986.
Gurnah deixou a África como refugiado na década de 1960 em meio à perseguição de cidadãos de origem árabe durante o regime do presidente Abeid Karume em Zanzibar, onde nasceu e foi criado, quando a libertação pacífica do domínio colonial britânico levou a uma revolução.
O escritor só pôde retornar a Zanzibar em 1984, oportunidade em que pôde ver o pai, pouco antes de sua morte.