Na homilia de hoje, Papa falou sobre o perigo de dois tipos de idolatria; a única beleza que não acaba é Deus, destacou
Da Redação, com Rádio Vaticano
Há dois perigos que ameaçam os crentes: a tentação de divinizar as coisas da terra e até mesmo de idolatrar os “hábitos”, como se tudo devesse durar para sempre. A única beleza eterna para a qual se deve olhar é Deus. Esse foi o ensinamento do Papa Francisco na Missa desta sexta-feira, 13, na Casa Santa Marta.
A grande beleza é Deus, disse o Papa, o problema do homem é, muitas vezes, se prostrar diante daquilo que é só um reflexo que um dia vai se apagar, ou pior, diante de prazeres ainda mais passageiros.
A homilia de Francisco colocou em evidência duas idolatrias nas quais mesmo aqueles que têm fé podem cair. A Primeira Leitura e o Salmo, observa o Papa, falam da beleza da criação, mas destacam o erro do povo que, diante dessas coisas belas, não foi capaz de olhar além, à transcendência. Uma atitude na qual Francisco vê aquilo que chama de “idolatria da imanência”.
“É uma idolatria olhar para as belezas – tantas – sem pensar que haverá um fim. Também o pôr do sol tem a sua beleza…E essa idolatria de ser apegado às belezas daqui, sem a transcendência, nós todos temos o perigo de tê-la. É a idolatria da imanência. Acreditamos nas coisas como são, são quase deuses, não acabarão nunca. Esquecemos o fim”.
Divinizar os hábito
Outra idolatria que Francisco destacou foi aquela dos hábitos, que tornam o coração surdo, indiferente. Como exemplo, o Papa recordou as palavras de Jesus no Evangelho do dia, sua descrição dos homens e das mulheres dos tempos de Noé ou de Sodoma, quando comiam, bebiam, se casavam sem se preocupar com outra coisa, até o momento do dilúvio, da destruição absoluta.
“Tudo é habitual. A vida é assim: vivemos assim, sem pensar no fim deste modo de viver. Também isso é uma idolatria: ser apegado aos hábitos, sem pensar que isso terminará. E a Igreja nos faz olhar para o fim dessas coisas. Também os hábitos podem ser pensados como deuses. Assim como a beleza terminará em outra beleza, o nosso hábito vai acabar em uma eternidade, em outra hábito. Mas há Deus!”.
Olhar à beleza que não acaba
Em vez de ter essas atitudes, o certo é olhar sempre além, disse o Papa, ao “hábito final”, ao único Deus que está além do fim das coisas criadas, como a Igreja ensina nestes dias que concluem o Ano Litúrgico.
“Nós – os crentes – não somos gente que vai para trás, que cede, mas gente que vai sempre adiante. Andar sempre adiante nessa vida, olhando as belezas e com os hábitos que todos nós temos, mas sem divinizá-los. Acabaremos…Sejam essas pequenas belezas, que refletem a grande beleza, os nossos hábitos para sobreviver no canto eterno, na contemplação da glória de Deus”.