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O Papa Bento XVI considera que a última lição que João Paulo II deixou à humanidade foi demonstrar com seu exemplo que o sofrimento tem um sentido. Ao repassar junto à Cúria romana os acontecimentos de maior destaque para a vida da Igreja do ano 2005, o Papa começou revivendo os últimos dias de Karol Wojtyla.
“Nenhum Papa deixou-nos uma quantidade de textos como a que ele nos deixou; precedentemente, nenhum Papa pôde visitar, como ele, todo o mundo e falar diretamente aos homens de todos os continentes. Mas ao final, coube-lhe um caminho de sofrimento e de silêncio”, explicou.
O Santo Padre disse que João Paulo II, com suas palavras e obras, deu-nos grandes coisas; mas não é menos importante a lição que nos deu desde a cátedra do sofrimento e do silêncio.
“Deixou-nos uma interpretação do sofrimento que não é uma teoria teológica ou filosófica, mas um fruto amadurecido através de seu caminho pessoal de sofrimento, percorrido por ele com o apoio da fé no Senhor crucificado”, evocou.
O mal “existe no mundo também para despertar em nós o amor, que é a entrega de si mesmo”, disse Bento XVI ao condensar o legado deixado por João Paulo II. O Santo Padre disse ainda que, certamente nós temos de fazer todo o possível para atenuar o sofrimento e impedir a injustiça que provoca o sofrimento dos inocentes.
Mas explicou que também temos de fazer todo o possível para que os homens “possam descobrir o sentido do sofrimento para que deste modo possam aceitar o próprio sofrimento e uni-lo ao sofrimento de Cristo”.
“Em um momento cheio de ódio e violência, o Papa Wojtyla ensinou-nos o amor e o sofrimento ao serviço dos demais; mostrou-nos, por assim dizer, ao vivo, o Redentor, a redenção, e deu-nos a certeza de que o mal não tem a última palavra no mundo”.