Acumular dinheiro e propriedades não serve para entrar no Paraíso. Por isso a riqueza não deve ser considerada um bem absoluto. Bento XVI quis recordá-lo neste Domingo aos fiéis congregados no pátio da residência de verão de Castelgandolfo para recitação do Ângelus do meio dia.
A riqueza embora seja em si um bem, não deve ser considerada um bem absoluto. Sobretudo não assegura a salvação, pelo contrário poderia até mesmo comprometê-la seriamente. É precisamente para este perigo que Jesus chama a atenção dos seus discípulos na página evangélica deste Domingo. É sapiência e virtude não apegar o coração aos bens deste mundo, porque tudo pode acabar repentinamente.
Ocorrerá amanhã o 29º aniversário da morte de Paulo VI, a 6 de Agosto de 1978, em Castelgandolfo, na solenidade da Transfiguração do Senhor. Bento XVI quis recordar aquele acontecimento pondo em realce a missão do seu predecessor em anos nada fáceis do século passado.
"O dia da solenidade da Transfiguração permanece ligado à memoria do meu venerando predecessor, o Servo de Deus Paulo VI, que precisamente aqui, em Castelgandolfo, em 1978 completou a sua missão e foi chamado a entrar na casa do Pai celeste: a sua recordação seja para nós convite a olhar para o Alto e a servir fielmente o Senhor e a Igreja, como ele fez em anos nada fáceis do século passado.
Que esta graça seja obtida pela Virgem Maria que hoje recordamos de maneira particular, celebrando a memoria litúrgica da Dedicação da Basílica de Santa Maria Maior. Como se sabe – salientou o Papa – esta é a primeira Basílica do Ocidente construída em honra de Maria e reedificada em 432 pelo Papa Sisto III para celebrar a maternidade divina da Virgem, dogma que tinha sido proclamado solenemente no Concilio ecumênico de Éfeso, no ano precedente.
Que a Virgem Maria, que mais do que qualquer outra criatura participou no mistério de Cristo, nos sustente no nosso caminho de fé, para que, como a liturgia nos convida a rezar hoje, trabalhando com as nossas forças a submeter a terra não nos deixemos dominar pela ambição e pelo egoísmo, mas procuremos sempre aquilo que vale diante de Deus".
Depois da recitação do Ângelus, Bento XVI quis dirigir um pensamento especial aos responsáveis e aos fiéis da Igreja ortodoxa romena, a poucos dias da morte do patriarca Sua Beatitude Teoctist.
Ás exéquias solenes, que tiveram lugar sexta-feira na catedral patriarcal de Bucareste – disse o Papa – enviei como meu representante o cardeal Walter Kaspers, Presidente do conselho pontifício para a promoção da unidade dos cristãos, com uma delegação especial.
E Bento XVI salientou: "Com estima e afeto quero recordar esta nobre figura de Pastor que amou a sua Igreja e deu um contributo positivo às relações entre católicos e ortodoxos, encorajando constantemente a Comissão Mista Internacional para o Diálogo teológico entre a Igreja Católica e a Igreja ortodoxa no seu conjunto.
Testemunhos claros do seu empenho ecumênico são também as duas Visitas que ele efetuou ao meu venerando predecessor João Paulo II e o acolhimento que por sua vez, o Patriarca reservou ao Bispo de Roma na sua histórica peregrinação à Romênia em 1999.
Eterna seja a sua memória: é assim que a tradição litúrgica ortodoxa encerra o serviço fúnebre de todos aqueles que adormecem no Senhor. Façamos nossa esta invocação, pedindo ao Senhor que acolha este nosso Irmão no seu reino de luz infinita e lhe conceda o repouso e a paz prometidos aos servidores fiéis do Evangelho.