Vaticano

A Palavra de Deus na vida familiar é tema de debate no Sínodo

Dia intenso de reflexões hoje, 10, na Asselbléia Geral, onde Bispos de todo o mundo estão reunidos na XII Assembléia Geral Ordinária sobre a Palavra de Deus. Nesta manhã, o tema da família e as áreas difíceis para a evangelização como a Terra Santa, o leste da Europa e a Birmânia, estiveram no centro das colocações na Sala.

Na pausa dos trabalhos, Bento XVI recebeu em audiência os membros da Federação Bíblica alemã. Como aconteceu na última terça-feira, com a United Bible Societes, também os membros da Federação Bíblica Alemã deram ao Papa uma caixa com várias versões lingüísticas do Antigo e Novo Testamento. E como já havia acontecido, o Santo Padre estendeu o presente recebido a todos os participantes do Sínodo, permitindo que cada um deles recebam uma cópia da caixa.

Família e desafios da evangelização

Os trabalhos desta manhã, no entanto, se concentraram sobre vários temas. O principal foi o do acolhimento e da inculturação da Bíblia na família. Foram diversas as propostas apresentadas: colocar a Bíblia na mão de todos, para que cada um tenha uma cópia pessoal; ensinar as Sagradas Escrituras nas escolas; ler uma frase toda noite meditando-a no núcleo familiar. Ou ainda, acrescentar oficialmente, à enunciação de todo mistério do Santo Rosário, uma breve citação bíblica. Especialmente, o Sínodo dos Bispos fez votos que estas propostas se tornem objeto de reflexão para a Igreja Universal.

Outro tema abordado na sala foi o da evangelização em realidades como o leste da Europa, Birmânia ou Terra Santa: áreas geográficas marcadas pelas perseguições dos passados regimes totalitários, de catástrofes naturais como o ciclone Nargis e pelo conflito israelo-palestino. Especialmente foi notado que os cristãos árabes tem dificuldade para ler o antigo testamento por causa das interpretações políticas e ideológicas que a envolvem.

Cristãos e muçulmanos

Neste sentido, teve destaque a proposta de Gregorio III Laham, Patriaarca da Antioquia dos Greco-melquitas que sugeriu a organização de um "fórum sobre a Palavra de Deus" no qual cristãos e muçulmanos possam encontrar-se, discutir e meditar.

Na reflexão deste Patriarca a Palavra de Deus deve-se tornar Palavra para os outros, para a sociedade e para o mundo; o cristão vive a fé através da liturgia, centrada na Eucaristia. A mesa da Palavra e a mesa da Eucaristia são inseparáveis. A Palavra de Deus é palavra de reconciliação.

É por isso que no dia de Páscoa os fiéis (greco-melkitas) veneram o Evangeliário e o ícone da Ressurreição, antes de se darem uns aos outros o abraço da paz. Gostaria que pudéssemos partilhar a Palavra de Deus. Não tenhamos medo dos versículos do Corão; e que os nossos irmãos muçulmanos não tenham medo do Evangelho e da Torah.

Presente também nas intervenções dos padres sinodais o tema da exegese bíblica: em particular foi reafirmada a necessidade de aproximar da Palavra de Deus as pessoas mais afastadas, favorecendo a tradução da Bíblia também em línguas com pouca difusão. Neste contexto foi anunciado que no próximo dia 14 será assinado um acordo entre a federação bíblica católica e as sociedades bíblicas para uma tradução e difusão do Livro Sagrado.

O Sínodo, que tem por tema "A Palavra de Deus na vida e na missão da Igreja" reúne os bispos, em Roma, até o dia 26 de outubro. Durante estes dias e com a novidade de que Padre Sinodal terá cinco minutos para a sua "intervenção oficial", será possível obter informações mais precisas sobre a realidade da Igreja no mundo.

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