Ser empresário hoje

A atividade empresarial deve estar a serviço do projeto de Deus

"Percorrer, firmes nos valores, o caminho da transformação": esse foi o tema do Congresso da UCID, União Cristã de Empresários e Dirigentes, que se concluiu neste domingo em Turim, noroeste da Itália. O evento, promovido por ocasião do 60º aniversário de fundação da UCID, teve como momento principal, o pronunciamento do cardeal secretário de Estado, Tarcísio Bertone que disse ser a atividade empresarial um serviço que, mesmo seguindo as leis do mercado, pretende conotar-se, em primeiro lugar, como resposta ao "chamado" de Cristo, cooperando para a realização do projeto de Deus no mundo.

O Cardeal Bertone partiu desse conceito para refletir sobre o que significa ser empresário hoje. Daí, a consideração de que os sucessos da pesquisa e os progressos da técnica devem ser considerados o fruto de uma profícua cooperação entre Deus e o homem.

Por isso, a Igreja não pode calar-se diante de visões massificadoras e redutivas do ser humano: o respeito pelos direitos inalienáveis do homem que trabalha, reiterou o purpurado, é uma exigência que não deve ser esquecida, particularmente em relação aos jovens. A comunidade cristã deve assumir três compromissos: tomar consciência das conseqüências das transformações em andamento na sociedade moderna; dar fôlego à obra educativa e formativa que desde sempre caracteriza a Igreja e, por fim, dar ao voluntariado católico e às empresas sem fins lucrativos, competências e profissionalismos competitivos no mercado.

O objetivo final, acrescentou o Cardeal Bertone, é o de fazer crescer a ética da responsabilidade e recuperar a moralidade social. O purpurado deteve-se, em seguida, sobre a figura do Cardeal Giuseppe Siri, iniciador da UCID.

Evocando a missão evangelizadora do mundo do trabalho, o secretário de Estado recordou que, para o Cardeal Siri, não se podia ocupar-se de atividades empresariais sem criar uma consciência social sólida, com plena iluminação cristã. Porque, escrevia o purpurado, "o homem não precisa somente de pão": também são preciosas para ele a liberdade, a dignidade e a possibilidade de agir e produzir em todos os níveis.

Ao término do congresso, os empresários entregaram ao cardeal Bertone um "ato de compromisso", síntese dos objetivos comuns que caracterizam a contribuição cotidiana deles à sociedade.

"O homem não deve estar a serviço da economia, disse o vice-presidente da União Cristã de Empresários e Dirigentes, Giancarlo Abete, mas a economia a serviço do homem." Porque o papel do empresário é duplo: de um lado, criar lucro, mas de outro, ser responsável em relação à comunidade que o circunda, concluiu.

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