Milhares de cristãos foram presos esta terça-feira durante uma manifestação pacífica convocada pelos maiores grupos de defesa dos direitos humanos da Índia, em que pediam às autoridades do país que defendessem a minoria cristã da violência dos extremistas.
A detenção de cerca de quatro mil pessoas, que durou cerca de uma hora, foi confirmada pela polícia, de acordo com a agência AsiaNews, do Pontifício Instituto das Missões Estrangeiras.
Segundo a Asianews, os organizadores esperavam umas duas mil pessoas, mas compareceram cerca de cinco mil. No início, vários oradores pediram o respeito pela dignidade humana e pelos direitos constitucionais. Grupos fundamentalistas hindus e mesmo algumas autoridades locais têm violado essas garantias básicas em relação a cristãos e outras minorias, acusaram os organizadores.
O organismo ecuménico "All India Christian Council" – Conselho Cristão da Índia -, e a "All India Catholic Union" – União Católica Indiana – fórum de diversas formações católicas laicas, assinalaram que, somente em 2007, houve mais de 100 episódios de violência contra estruturas ou pessoal cristão. No sábado, um padre foi obrigado a abandonar uma aldeia do distrito de Udaipur, no estado do Rajastão, depois de ter sido atacado e ameaçado de morte.
No comunicado de convocação para a marcha podia ler-se que "sacerdotes e religiosas, pastores e leigos foram mortos, feridos ou maltratados, e as mulheres foram violentadas. Os trabalhadores cristãos são humilhados sob os olhos da polícia, que tolera a violência."
Os manifestantes queriam dirigir uma mensagem ao primeiro-ministro indiano e ao chefe da polícia, para pedir que reprimam a violência. Do total da população indiana – mais de mil milhões de habitantes – os cristãos são apenas 25 milhões e representam 2,5% da população.