“Mas infelizmente, estes números deveriam ser revistos, para cima”, disse o Núncio Apostólico da Síria
Da redação, com Rádio Vaticano
O Núncio Apostólico da Síria, dom Mario Zenari, apresentou durante a Plenária da Reunião das Obras de Ajuda às Igrejas Orientais (Roaco), que terminou nesta quarta-feira, 17, um relatório detalhado sobre a situação dos cristãos mortos na Síria.
Segundo estimativas, cerca de 220 mil pessoas já morreram na região, por causa da fé. “Mas infelizmente, estes números deveriam ser revistos, para cima. Além disso, não estão incluídos os cerca de 20.000 desaparecidos, dos quais se ignora o destino. Os feridos seriam mais de um milhão”, ressaltou o Núncio.
Ele ainda denunciou “as carnificinas e as destruições perpetradas com o lançamento de bombas de barril sobre escolas, hospitais, mesquitas e mercados populares”. Alertou que o conflito “passou, pouco a pouco, para as mãos de extremistas e tornou-se um conflito ‘por procuração’. No ‘campo de jogo’ sírio, uma equipe veste a camisa sunita e outra a xiita. Há um ano, houve uma ‘invasão de campo’ de camisas pretas, que confundiram o jogo”.
Já o Secretário para as Relações com os Estados, dom Paul Richard Gallagher, relatou a questão dos refugiados. “Devido ao agravamento da situação dos cristãos no Iraque e na Síria, tornamo-nos testemunhas das atrocidades inauditas perpetradas por muitas partes, mas de modo particular pelo chamado Estado Islâmico, que obrigaram milhares de cristãos e de pessoas pertencentes a outras minorias religiosas a fugir das próprias casas. Muitos foram os assassinatos por causa da fé”.
Ao ilustrar o compromisso da Santa Sé a nível político e diplomático em favor dos cristãos no Iraque e na Síria, dom Gallagher evidenciou o modo como esta perseguição “tão grave e dolorosa, tenha despertado a consciência da comunidade internacional.
“Trata-se de uma questão importante, na qual estão em jogo princípios fundamentais como o valor da vida, a dignidade humana, a liberdade religiosa e a convivência pacífica e harmoniosa entre as pessoas e os povos”, observou.