Dom Fernando diz que, especialmente em Moçambique, a Aids avança ajudada falta de informação e a precariedade dos meios de comunicação
Da redação, com Rádio Vaticano
Está em andamento em Durban, na África do Sul, a 21ª Conferência Internacional sobre Aids. A ONU calcula que 36,7 milhões de pessoas vivem com o vírus em todo o mundo.
Num painel de Alto Nível sobre Acesso ao Tratamento, o Secretário-Geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, ressaltou que, atualmente, 20 milhões de pessoas não têm acesso ao tratamento do vírus HIV.
Estes números espelham a realidade de Moçambique, como confirma o Bispo de Pemba, Dom Luiz Fernando Lisboa, onde o número de pessoas infectadas com o HIV no país pode chegar a 16% da população.
Segundo o bispo, embora já haja tratamento, a Aids ainda é um problema. “Quando eu cheguei em Moçambique não havia os antirretrovirais, agora temos o tratamento e qualquer pessoa pode ter acesso a ele. Mas ainda temos muita desinformação. Como o nível da educação ainda é muito baixo, então a informação chega pouco”.
Dom Fernando explica que lá poucas pessoas têm acesso aos meios de comunicação. Não faz muito pouco tempo que a energia chegou nas cidades e aldeias; na maior parte, ainda não há energia. “Então os meios de comunicação ainda são um privilégio de alguns. Muitas pessoas não acreditam na Aids; alguns chegam a dizer que é invenção, então não buscam o tratamento. Muitos nem sabem que têm Aids, e isso contribui para que a infecção seja disseminada”.
Aids entre adolescentes
Segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, o número de mortes relacionadas à Aids entre adolescentes de 15 a 19 anos mais do que dobrou desde 2000.
A agência alerta que meninas são particularmente vulneráveis, representando até 65% de novas infecções entre adolescentes em todo o mundo. Em 2015, em todo o mundo, houve uma média de 29 novas infecções por hora nessa faixa etária.