No dia de Nossa Senhora das Graças, Luzia Santiago recorda graças alcançadas na história da Canção Nova por intercessão da Virgem Maria
Gabriel Fontana
Da Redação
“Todas as pessoas que a usarem receberão grandes graças.” Essa promessa, feita por Nossa Senhora das Graças em suas aparições a Santa Catarina Labouré, está relacionada à Medalha Milagrosa, que a própria Virgem Maria orientou a religiosa francesa a cunhar.
Esse pedido aconteceu há 194 anos, em 27 de novembro de 1830, durante a segunda aparição da Mãe de Jesus. Após a criação da medalha, conforme as instruções da Virgem Maria, a devoção a Nossa Senhora das Graças e à Medalha Milagrosa cresceu rapidamente pela França, tornando-se, posteriormente, uma das mais populares no mundo.
Primeira graça alcançada pela Canção Nova
Entre os relatos de graças alcançadas que passaram a surgir em vários lugares, está o da Canção Nova. A cofundadora da comunidade, Luzia Santiago, recorda que a intimidade com a “medalhinha” de Nossa Senhora das Graças é muito antiga na Canção Nova, iniciada pelo fundador, Padre Jonas Abib.
Luzia relata que, no final de 1974, o sacerdote buscava uma casa para receber retiros. Atuante na evangelização dos jovens na região do Vale do Paraíba paulista, o Padre Jonas realizava encontros no Colégio São Joaquim, em Lorena (SP), mas a escola já não comportava a quantidade de participantes.
Durante a procura, eles encontraram uma fazenda localizada em Areias (SP). “Quando chegamos na fazenda”, narra a missionária, “o Padre Jonas tinha no bolso uma medalhinha que ele havia ganhado. Então, ele colocou essa medalhinha de Nossa Senhora no pé de uma seringueira, nessa fazenda”.
“O Padre Jonas entregou a Nossa Senhora”, prossegue Luzia, “e nós, que estávamos ali, da Renovação Carismática [Católica], outros jovens, consagramos a Nossa Senhora que, se fosse para ser da Canção Nova, para os encontros, que o fazendeiro cedesse. E foi isso que aconteceu”.
Entrega confiante
Dois anos depois, foi identificada a necessidade de um novo local para realizar os retiros, uma vez que, durante o período de chuvas, a estrada que dava acesso à fazenda ficava intransitável. O padre e os jovens buscaram por terrenos em Queluz (SP) e fizeram algumas visitas.
Em um dos locais visitados, durante a primavera de 1976, o Padre Jonas repetiu o gesto feito em Areias. “Quando nós fomos ver também, o padre colocou também ali uma medalhinha. Dias e meses depois, Dom João Hipólito de Morais foi celebrar uma Missa em consagração do lugar. Foi doado aquele terreno e, mais uma vez, Nossa Senhora passou à frente”, partilha Luzia.
A cofundadora da Comunidade Canção Nova conta que essa entrega confiante a Nossa Senhora se repetiu muitas vezes ainda. “Hoje, nós estamos no Brasil e fora do Brasil, e sempre uma medalhinha era colocada para consagrar aquele lugar aos cuidados da Virgem Maria”, afirma.
“Na Canção Nova, foi ela quem tudo fez”
Em 1980, a aquisição da Chácara de Santa Cruz, onde hoje fica a sede da Comunidade Canção Nova, também se deu pela intercessão de Nossa Senhora. Luzia detalha que, em abril daquele ano, adquiriram a antiga Rádio Bandeirantes de Cachoeira Paulista (SP), onde a pequena comunidade trabalhava em prol da evangelização. Contudo, ainda era necessário um lugar para ficarem.
A missionária lembra que, quando passavam por uma rua situada ao lado da chácara, o Padre Jonas olhava para o lugar e dizia que “o Senhor podia nos dar essa chácara”. Um dia, de forma ousada, ele passou um braço pela cerca e fincou uma medalha de Nossa Senhora das Graças na terra.
Pouco a pouco, de pedaço em pedaço, a comunidade conseguiu comprar o terreno. Hoje, próximo ao local onde o sacerdote “plantou” a medalha, existe um oratório em honra a Nossa Senhora das Graças.
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“Sempre houve essa confiança de entregar a Nossa Senhora das Graças, através da Medalha Milagrosa, os feitos da Canção Nova, os projetos que Deus colocava no coração do padre e hoje, com certeza, vai seguir ungindo e colocando no coração de muitos missionários”, declara Luzia. Afinal, como dizia o próprio Padre Jonas (inspirado pelo ensinamento de Dom Bosco), “na Canção Nova, foi ela quem tudo fez”.