ENTREVISTA

Viagem do Papa dará novo impulso às Igrejas na Ásia, afirma Cardeal Bo

Presidente da Federação das Conferências Episcopais da Ásia oferece uma visão interna do significado da 45ª viagem apostólica internacional de Francisco

Da Redação, com Vatican News  

Papa Francisco em viagem apostólica / Foto: Vatican Media Handout via REUTERS

Em entrevista à mídia vaticana, o arcebispo de Yangon (Mianmar) e presidente da Federação das Conferências Episcopais da Ásia (FABC), Cardeal Charles Maung Bo, faz um retrato dos fiéis da Ásia e da Oceania que o Papa Francisco encontrará durante a viagem apostólica à Indonésia, Papua Nova Guiné, Timor Leste e Cingapura.

A visita está programada para o período de 2 a 13 de setembro e marca a 45ª viagem apostólica internacional de Jorge Mario Bergoglio, uma das muitas na Ásia durante seu pontificado. O Cardeal Bo fala de uma Igreja vibrante e diversificada que, apesar dos desafios políticos, econômicos, sociais, ambientais e culturais, “continua não apenas viva, mas também dinâmica de diferentes maneiras”. 

Cardeal Charles Maung Bo, arcebispo de Yangon (Mianmar) e presidente da Federação das Conferências Episcopais da Ásia (FABC) / Foto: Reprodução Youtube

Importância da visita do Papa à Ásia e Oceania 

Cardeal Charles Maung Bo afirma que para a população em geral, o Papa Francisco é uma figura um tanto “distante”. Portanto, a vinda dele à Ásia não apenas empolga, mas também desperta um zelo e um senso de fé renovados, pois mostra que os povos asiáticos não estão distantes da mente e do coração do Papa.

O purpurado também enaltece o fato de o Papa Francisco ter escolhido visitar países menores, pouco conhecidos pelo mundo, como Papua Nova Guiné e Timor Leste, criando assim uma oportunidade para o mundo conhecer as Igrejas dessas terras. 

A particularidade da visita à dois continentes com países muitos diversos

Quando questionado sobre o significado da visita do Santo Padre a dois continentes com países muito diversos, Cardeal Bo ressalta que a fé do povo permanece firme apesar da diversidade de desafios em diferentes países.

A singularidade da Ásia está justamente em sua diversidade, em termos de culturas, religiões e tradições, explica o purpurado. Ele afirma que embora os cristãos sejam uma minoria na maioria dos países asiáticos, com exceção das Filipinas e do Timor Leste, é possível observar uma fé crescente: “As Igrejas na Ásia, embora pequenas, são vibrantes e vivas. O Santo Padre pode experimentar a diversidade dinâmica das Igrejas asiáticas e a fé do seu povo”. 

Da Igreja na Ásia à Igreja Universal: paz, harmonia e diálogo

Ao ser questionado sobre o que a Igreja Universal pode aprender com a Igreja na Ásia, três palavras vêm à mente do arcebispo de Yangon: paz e harmonia e, em seguida, o que torna a paz e a harmonia uma realidade, ou seja, o diálogo.

“Na Ásia, aprendemos a cooperar, dialogar e respeitar uns aos outros. Mas, acima de tudo, aprendemos a coexistir como irmãos e irmãs, apesar das dificuldades. Acredito que os caminhos da paz e da harmonia por meio do diálogo são o que a Ásia pode oferecer à Igreja universal”. 
— Cardeal Charles Maung Bo

O testemunho da Igreja asiática 

Cardeal Bo recorda que nem sempre é fácil viver a fé cristã em algumas partes do continente, mas que apesar dos desafios políticos, econômicos, sociais e culturais, a fé do povo continua não apenas viva, mas também dinâmica de diferentes maneiras. “As igrejas na Ásia estão vivas e vibrantes. Basta ver que muitas de nossas igrejas estão cheias durante as missas de domingo”. 

A oração do purpurado é no sentido de que a visita do Santo Padre leve a um zelo renovado pela fé e a uma maior abertura para os povos da Ásia viverem em paz e cuidarem uns dos outros como irmãos, independentemente das diferenças que possam existir. 

Importância dos cuidados climáticos e ambientais frente aos efeitos devastadores dos desastres naturais na Ásia

Ao ser questionado sobre a importância do tópico de cuidados climáticos e ambientais, Cardeal Bo enfatiza que o cuidado com o clima é uma questão próxima do coração do Santo Padre. “Não podemos mais ser espectadores, mas devemos nos envolver ativamente na promoção do cuidado com o clima para o bem comum de todos. A Igreja na Ásia também deve desempenhar um papel de liderança na promoção dessa mudança na região e no mundo”, conclui. 

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