TERÇA-FEIRA SANTA

“Toda a dor humana foi visitada por Jesus”, afirma sacerdote

Membro do clero de João Pessoa (PB), padre Dezenilton Santos comenta missão de Cristo que, por meio da encarnação, levou a salvação a toda a humanidade

Gabriel Fontana
Da Redação

Foto: Daniel Joshua

“Eu te farei luz das nações, para que minha salvação chegue até aos confins da terra” (Is 49,6). Por meio dessas palavras, Deus não só anuncia, em profecia, que Sua misericórdia se estende por todo o mundo. Mais que isso, dá esperança a toda a humanidade e indica a missão de cada cristão, a partir de Jesus, de anunciar o Evangelho a todos.

Na segunda matéria da série do noticias.cancaonova.com sobre a Semana Santa, o vigário da Paróquia Nossa Senhora de Fátima em João Pessoa (PB), padre Dezenilton Santos, reflete sobre o Evangelho desta Terça-feira Santa, 15. De forma especial, destaca a missão de Cristo e o plano universal de salvação de Deus, expressa na Primeira Leitura deste dia (Is 49,1-6).

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Segundo o sacerdote, a ideia de um Messias cuja missão seria converter as demais nações à fé no Deus de Israel surgiu durante o exílio na Babilônia. Posteriormente, com a eclosão da atividade pública de Jesus, a Igreja compreendeu que esta profecia de Isaías referia-se diretamente a Cristo.

A glorificação de Jesus

Padre Dezenilton Santos / Foto: Arquivo pessoal

Voltando o olhar para o Evangelho desta Terça-feira Santa (Jo 13,21-33.36-38), encontra-se a comoção de Jesus diante da proximidade de sua Paixão. Na última ceia junto aos apóstolos, ele expressa: “Agora, foi glorificado o Filho do Homem, e Deus foi glorificado nele. Se Deus foi glorificado nele, também Deus o glorificará em si mesmo, e o glorificará logo” (Jo 12,31-32).

Padre Dezenilton explica que tal glorificação não diz respeito apenas à ressurreição, mas passa também pela humilhação no Calvário. “Essa glorificação consistiu numa livre oferta de si feita por Jesus ao Pai, associado ao ato de ressuscitar, realizado pelo Pai”, pontua.

A contemplação da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus, que suportou pacientemente não apenas as dores físicas, mas também os sofrimentos interiores por amor ao Pai e à humanidade, desperta um profundo amor por Cristo e a esperança. “Ao contemplar seu padecimento, podemos constatar que nunca estivemos sozinhos, pois toda a dor humana um dia foi visitada por Jesus”, afirma o sacerdote.

Missão de evangelizar

Após o retorno de Cristo para junto do pai, os apóstolos cumprem a ordem de anunciar a Boa Nova da ressurreição a toda a humanidade. Neste âmbito, padre Dezenilton cita Paulo, que ficou conhecido como “apóstolo dos gentios”.

Em sua primeira missão evangelizadora, Barnabé e ele se dirigiram primeiramente às sinagogas. Contudo, após algum tempo, Paulo decide voltar-se totalmente aos pagãos (At 18,6). “Foi a partir do cruzamento da fronteira que separava os judeus dos gentios que podemos falar do chamado universal (catolicidade) da salvação”, afirma o sacerdote.

Por meio do Batismo, cada novo fiel também passa a integrar o corpo de Cristo, que é a Igreja. A partir disso, assume também a missão de testemunhar a ação do Senhor em sua vida. “Cada cristão, em virtude deste sacramento, deve operar no mundo como tal, isto é, reluzindo a sua luz no mundo revestido de trevas”, conclui padre Dezenilton.

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