Coletiva de Imprensa

“Sínodo é uma experiencia riquíssima de ser Igreja”, frisa Cardeal Steiner

Em coletiva de imprensa, purpurado afirmou que Assembleia Sinodal “nos ajuda a acreditar cada vez mais na forma sinodal de nossa Igreja”

Da redação, com Vatican News

Cardeal Leonardo Steiner fala durante coletiva de imprensa nesta terça-feira, 15 / Foto: Alessia Giuliani/IPA/Sipa USA via Reuters Connect

A segunda sessão da Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos iniciou, nesta terça-feira, 15, a reflexão sobre o último módulo, o dos lugares. Como de costume, os jornalistas conheceram os passos dados nas últimas horas, um resumo que é relatado pela secretária da Comissão de Comunicação do Sínodo, Sheila Pires, e pelo prefeito do Dicastério para a Comunicação, Paolo Ruffini.

Pires fez um breve relato dos principais pontos da meditação de Madre Maria Inazia Angelini e da apresentação do módulo dos lugares feita pelo Cardeal Jean-Claude Hollerich. Ruffini, por sua vez, referiu-se ao trabalho realizado nos círculos menores, lembrando que o o esmoleiro do Papa, Cardeal Krajewski, e o arcebispo de Manaus (AM), Cardeal Leonardo Steiner, participaram na manhã desta terça-feira da celebração do funeral de um sem-teto brasileiro, que morreu sob a colunata da Praça de São Pedro. O brasileiro era conhecido como “o anjo”, dava indicações aos turistas e não pedia dinheiro, mas cadernos para escrever poesias. Seu sonho, lembrou o prefeito, era ir a Jerusalém, e agora “ele está na Jerusalém celestial”.

Entre as reflexões na Sala Sinodal, Ruffini destacou o tema dos lugares físicos e digitais, as discussões sobre como viver de forma dinâmica nas grandes cidades.

Oração, retiro e conversas

Os convidados para a coletiva foram o arcebispo de Manaus, Cardeal Leonardo Steiner; o arcebispo de Turim (Itália), que será criado cardeal no Consistório do dia 7 de dezembro, Dom Roberto Repole; e a Superiora Geral das Irmãs do Carmelo Apostólico, Irmã Nirmala Alex Nazareth. A religiosa expressou sua alegria em participar do Sínodo, ressaltando que há grandes diferenças entre a primeira sessão da Assembleia e esta segunda sessão. Para ela, são importantes a oração, o retiro e as conversas em torno das mesas, que “mostraram uma enorme riqueza em relação à diversidade”, algo presente na Índia.

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As reflexões têm se tornado cada vez mais interessantes, prosseguiu, questionando como os participantes se colocarão na Igreja e na sociedade quando voltarem para casa. Ela lembrou as palavras de Santa Teresa de Calcutá, que fala sobre encontrar a graça de Deus e seguir Seu caminho de discernimento. Isso porque “o Senhor tem um plano para cada um de nós”, já que as coisas não são como queremos que sejam.

Olhando para o futuro, ela expressou suas esperanças, pois esse caminho não pode nos levar para trás, “nós iremos adiante se formos capazes de guiar nossas comunidades”. Finalmente, ela destacou a importância da “oração pessoal para entender o convite de Deus para mim nessa jornada sinodal”.

Uma experiência riquíssima de ser Igreja

“A experiência do Sínodo é uma experiência riquíssima de ser Igreja”, afirmou o Cardeal Steiner, que agradeceu ao Papa Francisco por ter induzido a Igreja nesse caminho da sinodalidade. O arcebispo de Manaus ressaltou que, na segunda sessão, ele participa de grupos de língua italiana, com uma grande diversidade de culturas, um grande enriquecimento, que “abre o horizonte de compreensão da sinodalidade”.

“Vamos percebendo cada vez mais que sinodalidade é um modo de ser Igreja para anunciar juntos o Reino de Deus, o Evangelho, Jesus crucificado e ressuscitado, a plenitude do Reino de Deus. Esse modo, devagar vai sendo construído, porque sinodalidade é um caminho, um colocar-se a caminho, um pôr-se a caminho, e é o que estamos experimentando no Sínodo. Depois do Sínodo, é que continuaremos esses processos nas nossas comunidades, nas nossas dioceses”, sublinhou.

A experiência feita na Assembleia ajuda a acreditar cada vez mais no jeito de ser sinodal da Igreja, opinou. “Igualmente destacou que a sinodalidade nos chama a uma maior abertura com relação à interculturalidade e à inter-religiosidade, para que o Evangelho seja cada vez mais inculturado, algo pedido pelo Papa Francisco. O cardeal destacou ainda a participação do laicato na região amazônica, sobretudo das mulheres. 

Finalmente, falando sobre o módulo dos lugares, destacou elementos muito interessantes: “Qual é o lugar da conferência episcopal? Qual é o lugar dos pobres? Qual é o lugar dos migrantes?”, o que ajuda a aprofundar nos lugares, “que não são apenas os lugares já definidos, mas os lugares onde devagarinho vamos experimentando o Reino de Deus, mas também recebendo elementos que nos ajudem a viver cada vez mais o Evangelho, o Reino de Deus”.

Oportunidade para compreender a catolicidade da Igreja

Dom Repole iniciou seu discurso recordando a Arquidiocese de Turim, mostrando o que está vivenciando em sua Igreja local, em uma fase singular, retomando com mais entusiasmo o anúncio do Evangelho na cultura atual. Nessa perspectiva, ressaltou a importância de preservar todos os carismas que fazem parte da Igreja de Turim.

A participação no Sínodo foi considerada por ele uma graça, identificando o que experimentou em Turim e no Sínodo. Sublinhou a conversa espiritual como algo que leva a buscar a voz do Espírito através do outro. Daí a importância de momentos de silêncio e reflexão para relançar a conversa no Espírito.

O cardeal recém-nomeado se referiu à maior familiaridade com os outros membros neste ano, vendo isso como um exercício de sinodalidade na prática – na Assembleia Sinodal, a sinodalidade é vivida, descobrindo que o Espírito pode falar através do outro. Da mesma forma,  é uma oportunidade para compreender a catolicidade da Igreja, a riqueza de ver que a Igreja é verdadeiramente católica, que respira com todas as culturas e oferece o Evangelho a todas. Junto com isso, citou a importância dos fóruns teológicos pastorais organizados este ano, que mostram que a sinodalidade tem a ver com uma maneira de viver juntos.

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