Documento que guiará trabalhos durante XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos em outubro foi apresentado nesta terça-feira, 9
Da Redação, com Vatican News
Foi publicado, nesta terça-feira, 9, o Instrumentum laboris que norteará os trabalhos da segunda sessão da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos. A última etapa do Sínodo sobre a Sinodalidade acontecerá entre 2 e 27 de outubro, em Roma, na Itália.
A questão principal apresentada pelo documento é “como ser Igreja sinodal missionária”. Apresentado pela Sala de Imprensa da Santa Sé, o texto não oferece nenhuma “resposta pré-fabricada”, mas sim “indicações e propostas” sobre como a Igreja, como um todo, pode responder “à necessidade de ser ‘sinodal em missão'”.
No mês passado, um grupo de teólogos se reuniu em Roma para avaliar as contribuições enviadas pelas Igrejas locais com base em um documento publicado pela Santa Sé em dezembro. Após essa etapa, foi elaborada uma primeira versão do Instrumentum laboris, submetida à avaliação do Conselho Ordinário do Sínodo no final de junho. Por fim, o texto passou por uma ampla revisão, antes de ser aprovado pelo Papa Francisco.
Estrutura do Instrumentum laboris
O Instrumentum laboris está estruturado em cinco seções: introdução, fundamentos e três partes centrais. A introdução relembra o caminho percorrido desde 2021 e destaca as metas já alcançadas, como o uso generalizado da metodologia sinodal da Conversação do Espírito.
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Os fundamentos se concentram na compreensão da sinodalidade, vista como um caminho de conversão e de reforma. Em um mundo marcado por divisões e conflitos, enfatiza o texto, a Igreja é chamada a ser sinal de unidade, instrumento de reconciliação e de escuta para todos. O trecho também abre espaço para a reflexão sobre o papel das mulheres em todas as áreas da vida da Igreja, destacando “a necessidade de dar um reconhecimento mais pleno” aos seus carismas e vocação.
Temas centrais do documento
Na sequência, o documento se detém nas relações que permitem que a Igreja seja sinodal na missão, ou seja, as relações com Deus Pai, entre irmãos e entre as Igrejas. Os carismas, ministérios e ministérios ordenados são, portanto, essenciais em um mundo e para um mundo que, em meio a tantas contradições, está em busca de justiça, paz e esperança. Nessa perspectiva, a Assembleia de outubro poderá analisar a proposta de dar vida a novos ministérios, como o da “escuta e do acompanhamento”.
Tais relações devem ser desenvolvidas de maneira cristã ao longo de percursos de formação e de “discernimento comunitário”, permitindo às Igrejas locais tomar decisões apropriadas, articulando a responsabilidade e a participação de todos. “O entrelaçamento de gerações é uma escola de sinodalidade”, registra o Instrumentum laboris.
Por fim, o texto analisa os lugares onde as relações e os percursos tomam forma. Lugares que devem ser entendidos como contextos concretos, caracterizados por culturas e dinamismos da condição humana. Convidando a superar uma visão estática das experiências eclesiais, o documento reconhece a sua pluralidade, que permite à Igreja – Una e Universal – viver em uma circularidade dinâmica “nos lugares e a partir dos lugares”.
Reportagem do vídeo acima de Danúbia Gleisser e Leonardo Vieira