''UM SÓ CORPO''

Papel de mulheres e leigos na Igreja é abordado em trabalhos do Sínodo

Entrevista concedida nesta sexta-feira, 4, apresentou atividades realizadas durante o dia e testemunhos de sinodalidade verificadas ao redor do mundo

Da Redação, com Vatican News

Participantes da segunda sessão do Sínodo sobre a Sinodalidade nesta sexta-feira, 4 / Foto: Vatican Media/IPA/Sipa USA via Reuters Connect

Nesta sexta-feira, 4, aconteceram a segunda e a terceira congregações gerais da segunda sessão do Sínodo sobre a Sinodalidade. Os trabalhos da assembleia começaram com votos de feliz onomástico ao Papa Francisco, tendo em conta que neste dia 4 de outubro a Igreja celebra São Francisco de Assis.

Na coletiva de imprensa do dia, o Prefeito do Dicastério para a Comunicação, Paolo Ruffini, e a presidente e secretária da Comissão para a Informação, Sheila Pires, registraram que no período da manhã “foi recordada várias vezes a imagem da Igreja como Corpo de Cristo, que, portanto, reúne muitos membros, ou seja, muitos ministérios e carismas, mas em um único corpo”.

Neste contexto, foi analisado o tema do papel das mulheres e dos leigos. “As distinções são necessárias”, foi dito, ‘todos os carismas são importantes, mas nem todos precisam necessariamente ser ministérios’. Ruffini e Pires observaram ainda que alguns grupos foram solicitados a refletir, sem “abordagens ideológicas e preconceituosas”, sobre se certas questões “são apresentadas por moda e ideologias ou por um verdadeiro discernimento eclesial”.

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Algumas mesas linguísticas apontaram que, em certos pontos do Instrumentum laboris, os leigos são mencionados apenas algumas vezes, assim como a família, a “Igreja doméstica”. A relação entre as igrejas locais e as culturas também precisa ser aprofundada, sublinharam, porque cada igreja local é “forjada” por uma cultura enquanto permanece ela mesma.

Testemunhos de sinodalidade

Na sequência da coletiva de imprensa, o arcebispo de Rabat (Marrocos) e presidente da Conferência Episcopal Regional do Norte da África (Cerna), Cardeal Cristóbal López Romero, relatou a experiência na África de “uma única freira que criou um movimento de intercâmbio, de reflexão, de sinodalidade” e os vários encontros sinodais no Marrocos.

O bispo de Nanterre (França), Dom Matthieu Rougé, concentrou-se na assembleia do Sínodo sobre a Sinodalidade realizada no Vaticano. “Estamos muito felizes por nos encontrarmos novamente, isso está ligado à intensidade com que vivemos a primeira sessão. Todos chegaram com dúvidas e medos, mas depois, com o método da conversa do Espírito, tivemos uma profunda experiência espiritual que tentamos compartilhar em nossas dioceses”, partilhou.

O bispo de Broken Bay (Austrália) e presidente da Federação das Conferências Episcopais Católicas da Oceania (Fcbco), Dom Antony Randazzo, recordou a visita do Papa Francisco à Papua-Nova Guiné no início de setembro. Foi uma “grande alegria”, relatou, “ver a felicidade nos rostos das pessoas” na chegada do Pontífice a Port Moresby “ao perceber que o Papa havia encontrado tempo para vir de Roma e atravessar o mundo inteiro para chegar a uma das áreas mais frágeis da terra, mas tão rica em recursos naturais”.

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“Não devemos nos esquecer dos povos da Oceania no caminho sinodal”, prosseguiu Dom Randazzo, que denunciou uma certa “ganância” por parte das nações desenvolvidas que vêm e exigem acordos e compromissos com nações pobres e, portanto, vulneráveis. Para os povos locais, “o conceito de sinodalidade não é algo estranho, mas, ao contrário, algo que eles conhecem e aplicam há milhares de anos: reunir-se e ouvir uns aos outros com respeito”.

Missão digital

Por fim, a especialista em mídia social e evangelização digital, irmã Xiskya Lucia Valladares Paguaga, da Nicarágua, enfatizou a urgência de trabalhar na missão digital em meio a uma era de novas tecnologias e inteligência artificial.

Desde o início do Sínodo, explicou a religiosa, estão sendo criados escritórios nas Conferências Episcopais e organizadas reuniões com missionários de 67 países com a partilha das experiências dos missionários digitais – mais numerosos na América Latina do que na Europa – que tentam acompanhar e ficar perto dos “distantes que buscam a verdade e caminham feridos no mundo, também por causa de más experiências com a Igreja”.

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