NOVA ETAPA

Nesta semana, participantes do Sínodo refletirão sobre a comunhão

Relator-geral da assembleia, Cardeal Hollerich, apresentou próximo módulo a ser trabalhado nesta semana: “Todos são convidados a fazer parte da Igreja”

Da Redação, com Vatican News

Manhã desta segunda-feira, 9, é marcada por apresentação do módulo sobre a comunhão / Foto: REUTERS/Gugliemo Mangiapane

Na manhã desta segunda-feira, 9, os trabalhos do Sínodo dos Bispos sobre a Sinodalidade foram voltados para a reflexão sobre a comunhão da Igreja. Na quarta Congregação geral, o relator-geral da assembleia, Cardeal Jean-Claude Hollerich iniciou as atividades e fez uma introdução acerca do tema a ser trabalhado nesta semana: comunhão. O Papa Francisco não esteve presente.

Foi apresentado o módulo B1 do Instrumentum Laboris desta etapa do Sínodo: “Uma comunhão que irradia. Como podemos ser mais plenamente sinal e instrumento de união com Deus e com a humanidade?”. Na semana passada, foram abordados os módulos A1 e A2, sobre a sinodalidade e a Igreja. Além deles, compõem o documento que norteia as atividades sinodais os módulos B2 e B3, sobre missão e participação, respectivamente, que serão trabalhados nas próximas semanas.

Antes da apresentação da temática, contudo, o secretário-geral do Sínodo, Cardeal Mario Grech, registrou a ausência de 118 participantes por terem testado positivo para Covid-19. “Ouvida a opinião dos médicos, não há alarmes”, tranquilizou. Na sequência, houve um momento de silêncio, a leitura do Evangelho (Jo 4, 7-30), uma meditação do padre Timothy Radcliffe e a explanação de “ideias teológicas” por parte da professora Anna Rowlands.

Depois, foram apresentados quatro testemunhos de três membros da assembleia em suas Igrejas locais sobre os temas do módulo B1 – um deles da brasileira Sônia Gomes de Oliveira, membro do Conselho Nacional do Laicato do Brasil, que falou sobre a alegria de viver o processo sinodal na Igreja do país: “muitos leigos descobriram que são corresponsáveis pela missão da Igreja”.

“Uma comunhão que irradia”

O Cardeal Hollerich indicou que, se com os trabalhos sobre o primeiro módulo do Instrumentum Laboris, foi retomado o contato com a experiência do povo de Deus nos dois anos que se passaram desde o início do Sínodo – este segundo módulo leva todos ao cerne da questão com a análise da primeira das três questões que surgiram na fase consultiva: a comunhão.

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“O Deus uno e trino criou a humanidade, cada ser humano; e este Deus, que é amor, ama de maneira especial toda a criação, cada criatura e cada ser humano. O amor de Deus é tão grande que o seu poder salvador está na forma como ele se manifesta. Como Igreja, como Povo de Deus, estamos nesta dinâmica de salvação. E nesta dinâmica se encontram os fundamentos da unidade da humanidade”, expressou o relator-geral.

Cardeal propõe reflexões

Na sequência, o cardeal reafirmou a importância de acolher todos na Igreja, retomando a fala do Papa Francisco na Jornada Mundial da Juventude em Lisboa, neste ano, que foi reiterada na Missa de abertura dos trabalhos do Sínodo no dia 4: todos são convidados a fazer parte da Igreja”. Diante disso, Hollerich questionou se, assim como Jesus estendeu a comunhão a todos os pecadores, todos estariam também preparados para fazer o mesmo “com grupos que nos incomodam porque seu modo de ser parece ameaçar nossa identidade”.

O relator-geral sinalizou que esta comunhão se reflete no ecumenismo, e nesta convivência com o outro, também fez algumas perguntas: “Como podemos viver profundamente a nossa fé na nossa cultura sem excluir pessoas de outras culturas? Como podemos nos envolver com mulheres e homens de outras tradições religiosas em prol da justiça, da paz e da ecologia integral?”.

Modo de trabalho

As reflexões sobre estas questões acontecerão nesta segunda semana de trabalhos do Sínodo e devem partir da experiência concreta própria e, principalmente, do Povo de Deus que falou na fase de escuta, apontou o cardeal. “Alguém me disse que as tensões vão aumentar com B1”, completou ainda, mas recomendou que não se tenha medo delas. “As tensões fazem parte do processo desde que nos consideremos irmãos e irmãs que caminham juntos”, concluiu Hollerich.

Os trabalhos serão retomados a partir das 16h do horário local. Nesta próxima sessão, os trabalhos ficarão concentrados nos círculos menores, onde os membros de cada mesa partilharão e refletirão sobre suas próprias experiências.

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