Na coletiva deste sábado, o cardeal Blase Joseph Cupich sublinhou que na questão dos abusos, “há necessidade de transparência”
VaticanNews

Coletiva de imprensa neste sábado defendeu que na questão dos abusos, “há necessidade de transparência” / Foto VaticanMedia
Sobre os casos de abusos sexuais cometidos por membros da Igreja “há muita raiva, mas também muita tristeza”. É o que afirma o cardeal disse Blase Joseph Cupich, arcebispo de Chicago (Estados Unidos), ao participar neste sábado, 20, da coletiva de imprensa, na conclusão dos trabalhos sobre a terceira parte do Instrumentum laboris da Assembleia Geral XV do Sínodo dos Bispos.
É necessário, disse ele, ser transparentes: “Se pedimos aos jovens para serem transparentes, nós mesmos – disse o cardeal – devemos ser responsáveis e transparentes”. “Se houvesse alguma acusação contra mim – ele acrescentou – eu gostaria que se investigasse”.
Ser bispos responsáveis
O cardeal Blase Joseph Cupich recordou que em fevereiro será realizado o encontro desejado pelo Papa Francisco, que terá a participação de bispos de todo o mundo. Ele se concentrará precisamente no flagelo dos abusos. O Papa – sublinhou o cardeal Cupich – convocou esta reunião para que algo possa acontecer. Os resultados, ele disse, virão. Todos nós, pastores, devemos ser responsáveis.
Dom Peter Comensoli Andrew, arcebispo de Melbourne (Austrália), recordou que desde o primeiro dia do Sínodo falou-se sobre a questão dos abusos sexuais.
Foi reiterado que é importante não apenas pedir desculpas. Mas são fundamentais as ações e é também necessário ouvir: “O importante – afirmou – não é tanto palavra de desculpas ou o reconhecimento das culpas cometidas, mas uma prática melhor para evitar que tais casos se repitam no futuro.”
Jovens preocupados com seu futuro
Em seu pronunciamento, o cardeal Joseph Blase Cupich também explicou que durante o Sínodo foi reiterado que muitos jovens estão preocupados com o seu futuro: eles temem que as decisões tomadas a nível mundial possam colocar em risco as suas perspectivas de vida. A nós, representantes da Igreja – disse o arcebispo de Chicago, nos é pedido para “falar com sinceridade aos líderes do mundo”.
Sínodo é formativo
O cardeal John Ribat, arcebispo de Port Moresby (Papua Nova Guiné), declarou que o Sínodo é um grande momento para entender o que acontece no mundo de hoje. Ouvir os jovens, disse ele, é uma experiência muito educativa. Ouvir os jovens expressando-se em sua língua, acrescentou o cardeal, é uma bênção.
Migrações
Concentrando-se no tema da migração, o cardeal Ribat disse então que deve ser garantido o direito de permanecer em seus países de origem. Mas para proteger esse direito, continuou ele, devemos superar a pobreza, o desemprego e todos os problemas críticos que levam os jovens e as pessoas a migrarem.
Todos na Igreja são bem vindos
Monsenhor Alain de Raemy, bispo auxiliar de Lausanne, Genebra e Friburgo, disse que a Igreja acolhe a todos. Ninguém é excluído. Todos são bem vindos. Entrevistado pelo Vatican News, Dom Alain de Raemy também enfatizou que com Jesus o caminho é sempre possível. O caminho da misericórdia, acrescenta ele, muda a vida.
O tema da homossexualidade também foi discutido durante o trabalho do Sínodo. É importante, sublinha o prelado, ter uma atitude acolhedora. “Eu – disse Dom Alain de Raemy – conheço muitas pessoas homossexuais que me pediram para entender o que significa para eles, concretamente, viver o Evangelho. Eles não querem ser apenas representados por movimentos LGBT. Eles querem que a Igreja se ocupe deles como crentes”.
O esboço do documento final
Paolo Ruffini, prefeito do Dicastério para Comunicação, anunciou que o projeto para o documento final será apresentado na próxima terça-feira. Posteriormente, também será possível que os Padres Sinodais façam propostas de mudanças.
Por fim, Ruffini recordou que, além da comissão envolvida na elaboração do documento final, a comissão encarregada de redigir a carta a ser endereçada a todos os jovens do mundo também está trabalhando.