Revelando aspectos de uma “teologia no mundo do Pacífico” à margem da Assembleia Continental do Sínodo da Oceania, o arcebispo Rochus Tatamai, da Papua Nova Guiné, explica alguns aspectos da cultura melanésia que podem ser usados para explicar a fé católica
Da redação, com Vatican News
Arcebispo Rochus Tatamai, de Rabaul, Papua Nova Guiné / Foto: Reprodução Youtube
Durante a Assembleia Sinodal Continental da Oceania, realizada em Suva, um tema emergente é “a questão da teologia no mundo do Pacífico”, como reconheceu o arcebispo Mark Coleridge de Brisbane, na Austrália.
Nas sessões desta quinta-feira, 9, ele descreveu isso como a necessidade de uma “voz distintamente pacífica ou sinfonia de vozes” que está emergindo lentamente. “A teologia nesta parte do mundo”, explicou o arcebispo, “é baseada em um conjunto de fatos diferente do que em outras partes do mundo”.
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Expandindo isso, ele observou que essa voz incluiria “teologia ocidental que foi exportada”, mas também um “empreendimento teológico que aplica a razão à fé de uma maneira que faz justiça à experiência dos povos do Pacífico”.
O Missionário do Sagrado Coração, Dom Rochus Tatamai, de Rabaul, em Papua Nova Guiné, falou ao Vatican News para oferecer sua visão sobre o processo sinodal em sua Arquidiocese. Ele também refletiu sobre como certos aspectos da fé podem ser explicados a partir de aspectos da cultura melanésia.
Experiência da ilha de consenso
“A experiência [sinodal] está de alguma forma confirmando nosso próprio processo tradicional. Os melanésios, como nos conhecemos, são os ilhéus negros. Então, falamos sobre Papua Ocidental para Papua Nova Guiné para as Ilhas Salomão, Vanuatu, Fiji e Nova Caledônia”, disse ele.
“Estas são as Ilhas da Melanésia, e há um forte aspecto da tomada de decisão — consenso. Consenso é quando todos dão sua contribuição. E isso é o que chamamos de caminho melanésio, que às vezes pode levar muito tempo apenas falando e falando e falando e falando e ouvindo e então, no final, haverá uma decisão tomada. De alguma forma, podemos dizer que a decisão que temos que tomar, sabemos que vamos tomá-la, mas de alguma forma apenas deixamos que o processo permita que todos participem, conversem, e esse é o nosso jeito melanésio de fazer as coisas”.
Conceito melanésio de salvação
“Estou abordando toda essa reflexão da cosmovisão melanésia, a cosmovisão melanésia, como um de nossos Missionários do Verbo Divino, reverendo Ennio Mantovani, ele realmente teve algum estudo entre as Ilhas Melanésias”, continuou o Arcebispo. “E ele descobriu que entre nós, os melanésios, existem o que chamamos de sistemas de valores que estão em vigor, e isso é fortemente sobre a vida. E a vida está em inglês, dizemos que é bem-estar e salvação. Mas no contexto pidgin, chamamos isso de gutpela sindaun. Gutpela sindaun significa literalmente que você está apenas sentado corretamente, em equilíbrio, em equilíbrio. E é disso que falamos quando se trata da visão de mundo melanésia é que a vida que buscamos é o equilíbrio. E quando o equilíbrio está no lugar, o equilíbrio está no lugar, tudo está em harmonia. Tudo corre bem”.
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