Batismo no Espírito

Sem o Espírito Santo a Canção Nova não seria nada, frisa padre Wagner

O dia 2 de novembro marca o aniversário de Batismo no Espírito Santo do Padre Jonas Abib, um evento marcante do qual a Canção Nova é fruto

Kelen Galvan
Da Redação

Foto: Arquivo

Nesta quinta-feira, 2, recorda-se o aniversário de 52 anos do batismo no Espírito Santo de monsenhor Jonas Abib. O fundador da Comunidade Canção Nova, falecido em dezembro do ano passado, sempre afirmou que ele “era um fruto do batismo no Espírito Santo”. 

Essa é uma expressão que veio da Renovação Carismática Católica; e a Canção Nova, que também “bebe desta espiritualidade”, promove o batismo no Espírito Santo, que é um “redespertar” da graça já recebida no batismo.

“O batismo que nós já conhecemos em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, onde se usa a água. Ali nós já recebemos o Espírito Santo”, explica o sacerdote da Comunidade Canção Nova, padre Márcio Prado. Ele esclarece que a experiência carismática faz com que a pessoa tenha uma nova consciência deste batismo recebido.

“A graça e a ação do Espírito Santo nos redesperta. Por isso, falamos ‘batismo no Espírito Santo’ ou ‘Efusão no Espírito Santo’, onde a pessoa ‘se abre aos dons’ do Espírito que já estão presentes [pela graça do batismo], para que a manifestação de Deus se realize mais ainda, esclarece.

Monsenhor Jonas Abib viveu essa experiência no dia 2 de novembro de 1971. Ele contou em seu livro “Reinflama o Carisma” que passava por um dos “piores momentos em sua vida”. “Estava lá embaixo, fui ao fundo do poço. Mas foi aí que o Senhor veio e me deu a grande graça: o batismo no Espírito Santo. O Senhor não me deu um paliativo qualquer, mas derramou sobre mim o Seu Espírito”, descreveu. 

E foi a partir desta experiência que Monsenhor Jonas procurou viver sempre e em tudo conduzido pelo Espírito Santo. “Eu sou resultado dessa graça, do batismo no Espírito (…) quero afirmar, com humildade, que tudo aquilo que sou, tudo aquilo que faço, é resultado da graça do batismo no Espírito que recebi naquele dia”.

Anos depois, ele fundou a Comunidade Canção Nova. O atual presidente da Canção Nova, padre Wagner Ferreira, afirma que, sem dúvida, a comunidade é um fruto dessa experiência vivida por Monsenhor Jonas Abib.

“O batismo no Espírito Santo não apenas mudou a vida do padre Jonas e deu um novo vigor ao seu ministério sacerdotal, mas também deu ao padre Jonas uma sensibilidade ao Espírito Santo. De modo que ele pôde, com mais liberdade, discernir e realizar a vontade de Deus. Por isso, padre Jonas sempre afirmou, desde os começos da Canção Nova: A Canção Nova é Renovação Carismática Católica, ela faz parte dessa corrente de graça”, destacou padre Wagner.

Ele enfatiza que ainda hoje os membros da Canção Nova procuram colocar em evidência a experiência desta graça. “Por que é o Espírito Santo que nos leva ao encontro pessoal com Jesus. Sem o Espírito Santo a Canção Nova não seria absolutamente nada. Sem o Espírito Santo a Canção Nova não estaria comprometida com a ação evangelizadora da Igreja. Por isso, afirmamos que a Canção Nova é consequência da experiência do batismo no Espírito Santo de padre Jonas Abib”, afirmou.

Continuidade do carisma

Essa ação do Espírito Santo na Canção Nova continua até hoje, primeiramente, pela vivência sacramental e também em sua ação evangelizadora. “Ela é uma comunidade de Igreja, e por isso temos o compromisso de viver com a igreja a graça da vida sacramental. (…) porque como a igreja nos ensina que por meio dos sacramentos experimentamos a unção e ação do Espírito Santo, que nos anima, nos torna fiéis ao discipulado de Jesus Cristo”.

Padre Márcio Prado destaca que ao olhar para o livro dos Atos dos Apóstolos, capítulo 2, é possível perceber claramente a ação do Espírito Santo. Os apóstolos, com medo, estavam reunidos em oração, quando, de repente, o Espírito Santo desceu sobre eles.

“Ali nós vemos um novo ardor no coração dos discípulos que se tornaram apóstolos, se tornaram corajosos, ousados em anunciar Jesus Cristo. E levar o batismo dele a tantos lugares e tantas pessoas. O batismo tem como efeito sim, uma vida nova, uma alegria, uma espontaneidade, um desejo de ajudar o Reino de Deus, de contribuir com o Reino de Deus”.

Ação do Espírito na vida da Igreja

Ele afirma que os efeitos da ação do Espírito Santo são notáveis na narrativa dos Atos dos Apóstolos, mas também na vida da Igreja. “Na abertura ao Espírito Santo, aos dons do Espírito Santo, a Igreja avançou. Avançou na evangelização, em salvação de almas”.

Padre Márcio destaca que um fruto muito recente da ação do espírito Santo na Igreja foi o Concílio Vaticano II. “O Papa profeticamente – São João XXIII –  abria as janelas do Vaticano para deixar o Espírito Santo entrar. E o Espírito Santo entrou e está presente. Claro, sempre esteve na vida da Igreja, mas de maneira especial foi um marco, o Concílio Vaticano II, onde a abertura aos dons, a abertura à realidade dos leigos também viverem o profetismo, de também viverem o serviço a Deus na Igreja ficou ainda mais claro. E é assim, a Igreja conta com os ministérios ordenados e com o ministério comum dos leigos, e assim a Igreja faz a evangelização acontecer, a salvação das almas acontecer, com esta abertura ao Espírito Santo. 

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