Portugal

Santuário de Fátima celebra peregrinação aniversária de agosto

Presidente da peregrinação destacou que migrantes e refugiados “são mensageiros de esperança” em um mundo obscurecido pelas guerras e injustiças

Da redação, com Agência Ecclesia

Foto: Santuário de Fátima

Nesta quarta-feira, 13, o Santuário de Fátima celebra a peregrinação aniversária de agosto que faz memória da quarta aparição de Nossa Senhora aos Pastorinhos, ocorrida no ano de 1917.

Para esta ocasião, o escolhido para presidir a peregrinação aniversária foi o arcebispo emérito de Urgel, Espanha, Dom Joan-Enric Vives. A celebração integra também a Peregrinação Nacional do Migrante e do Refugiado, organizada pela Obra Portuguesa Católica de Migrações.

Em sua homilia na Missa de hoje, Dom Vives destacou que a “vitalidade dos migrantes” pode contribuir para revitalizar “comunidades eclesiais envelhecidas e cansadas”.

“Num mundo obscurecido por guerras e injustiças, mesmo onde tudo parece perdido, os migrantes e os refugiados são mensageiros de esperança”, disse Dom Joan-Enric Vives.

Migrantes Missionários da Esperança

Inserida na 53ª Semana Nacional das Migrações, que tem por tema “Migrantes Missionários da Esperança”, a Peregrinação Nacional do Migrante e do Refugiado ao Santuário de Fátima convoca portugueses que estão na diáspora portuguesa e os cidadãos que escolhem Portugal para trabalhar ou para estudar.

“Hoje, muitos migrantes caminham com uma mala numa mão e a fé na outra. E é essa fé que o Jubileu vem renovar. Porque o Ano Santo também é para eles: para lhes dizer que não estão sós, que a sua vida tem dignidade, que o seu futuro não está perdido, que a Igreja caminha com eles e que a Virgem os acompanha em cada passo do caminho”, afirmou.

Dom Vives lembrou que “acolher os migrantes não é apenas uma obra de caridade”, mas é antes “uma opção evangélica e jubilar”, desafiando a Igreja a ser “mais maternal do que nunca, mais aberta, mais hospitaleira, mais parecida com Maria, que acolheu a Palavra de Deus e a ofereceu ao mundo”.

O presidente da peregrinação a Fátima lembrou a condição migrante de Maria e disse que ela “passou certamente pela Via Maris, a atual Faixa de Gaza” quando, com São José, “foi peregrina e refugiada, caminhando para o Egito para proteger o seu Filho”, experimentando “dificuldades e sofrimentos”.

Promover novos itinerários de fé

Na homilia da Missa, o arcebispo da Espanha pediu aos migrantes e refugiados para promover “novos itinerários de fé onde a mensagem de Jesus Cristo ainda não chegou” ou iniciar “diálogos inter-religiosos feitos de vida cotidiana e de busca de valores comuns” nos países de acolhimento.

“Que o vosso entusiasmo espiritual e a vossa vitalidade contribuam para revitalizar comunidades eclesiais envelhecidas e cansadas, nas quais o deserto espiritual avança ameaçadoramente”, pediu.

D. Joan-Enric Vives recordou os que “viajam para longe da sua terra natal”, pediu proteção para os que aguardam documentação ou respostas administrativas” e desafiou todos “para a solidariedade”, construindo “um mundo onde ninguém se sinta estrangeiro”.

“Nossa Senhora de Fátima, Mãe do Rosário e dos caminhantes, dá-nos a tua luz em terras estrangeiras; a tua proteção nos lugares onde criamos raízes; e a tua esperança a cada passo das nossas vidas. Faz de nós semeadores de paz, de alegria e de fraternidade neste tempo jubilar de graça”, concluiu.

Oferta de trigo

Após a homilia, os peregrinos ofereceram trigo ao Santuário de Fátima, cumprindo um gesto que começou no dia 13 de agosto de 1940, quando um grupo de jovens da Juventude Agrária Católica, de 17 paróquias da Diocese de Leiria, ofereceu 30 alqueires de trigo, destinados a fabricação de hóstias que serão utilizadas nas celebrações.

“Desde então, os peregrinos, já não só de Leiria, mas também de outras dioceses do país, e até do estrangeiro, têm vindo a dar continuidade, ano após ano, a esta oferta”, indica o Santuário de Fátima, acrescentando que, durante o ano de 2024, foram oferecidos 5605 quilos de trigo e 352 quilos de farinha.

Em 2024, nas 2555 Missas celebradas no Santuário de Fátima, foram consumidas 22105 hóstias médias e grandes, aproximadamente 779000 partículas e 460 partículas para celíacos.

Quarta aparição de Nossa Senhora em Fátima

Diferente dos outros meses das aparições de Nossa Senhora aos pastorinhos, no mês de agosto, a aparição não pôde acontecer no dia 13, pois as crianças ficaram detidas pelo administrador de Ourém para serem interrogadas. Elas foram libertadas dois dias depois.

Nossa Senhora apareceu a elas no dia 19 de Agosto de 1917, nos Valinhos, distante cerca de 500 metros do lugar de Aljustrel. Nesta aparição, a Virgem Maria pediu aos pastorinhos que continuassem a ir à Cova da Iria no dia 13 e que rezassem o terço todos os dias.

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