Não às armas nucleares

Santa Sé faz apelo para que parem os testes nucleares

Apelo da Santa Sé para a entrada em vigor do Tratado contra as experiências atômicas: falta ainda a ratificação de oito Estados para torná-lo operacional

Da redação, com Vatican News

Bernardito Auza, observador permanente da Santa Sé junto às Nações Unidas em Nova Iorque / Foto: Reprodução RTV

“As moratórias unilaterais, que felizmente permaneceram em vigor até 1998, com a única exceção dos testes nucleares realizados pela República Popular da Coreia, não podem ser consideradas um substituto duradouro para um Tratado existente.” Foi o que disse Dom Bernardito Auza, observador permanente da Santa Sé junto às Nações Unidas em Nova Iorque, em seu discurso no encontro de alto nível organizado, nesta segunda-feira, 9, na sede da ONU, para comemorar e promover o Dia Internacional contra os testes nucleares, celebrado há 10 anos em todo o mundo no dia 29 de agosto.

Sensibilizar os povos para a proibição universal

Uma importante oportunidade ― recordou o prelado ― “para sensibilizar e educar a opinião pública sobre o impacto humanitário das explosões de testes nucleares, a fim de criar as condições para uma proibição universal dos testes atômicos, como um passo em direção do objetivo de um mundo sem armas nucleares”.

Mais de 70 anos desde o primeiro teste atômico

O arcebispo Auza recordou que “o primeiro teste de uma arma nuclear, tristemente apelidada de ‘Trindade’, teve lugar há 74 anos no deserto do Novo México, nos Estados Unidos da América, e foi seguido, até hoje, ‘por mais de 2.000 testes nucleares, realizados em quatro continentes e na região do Oceano Pacífico, por oito Estados’, além dos EUA, URSS, Reino Unido, França, China, Índia, Paquistão, Coreia do Norte”.

A Santa Sé contra as armas nucleares

“Antes mesmo daquele primeiro teste, a Santa Sé ― recorda o núncio Auza ― já havia manifestado profunda preocupação com o uso violento da energia atômica e, desde então, tem exigido, incessantemente, a proibição dos testes de armas nucleares”. Por isso, aderiu imediatamente ao Tratado de proibição total dos testes nucleares (Ctbt) “no primeiro dia aberto à assinatura e ratificação”; agora, “aguarda com expectativa o dia da sua entrada em vigor, esperando que seja o mais rapidamente possível”.

Apelo à ratificação do Tratado Ctbt

Daí o apelo aos Estados cuja ratificação é necessária para tornar o Tratado Ctbt operacional. Os países que ainda não ratificaram são os Estados Unidos, China, Irã, Índia, Paquistão, Israel, Egito e Coreia do Norte. “Qualquer teste nuclear ― concluiu o representante do Vaticano ―, teria a consequência extremamente negativa de nos afastar ainda mais do nosso objetivo de um mundo livre de armas atômicas”. Em seguida, o convite à comunidade internacional “a renovar o seu compromisso, fazendo tudo o que for necessário para assegurar que os testes nucleares sejam definitivamente relegados ao passado”.

Evite nomes e testemunhos muito explícitos, pois o seu comentário pode ser visto por pessoas conhecidas.

↑ topo