Observador permanente da Santa Sé na ONU participou de evento sobre migrações e o contexto da crise climática
Da Redação, com Vatican News
O observador permanente da Santa Sé junto às Nações Unidas em Genebra, Dom Ivan Jurkovič, participou do Colóquio Internacional sobre Migrações. O evento foi realizado pela Organização Internacional para as Migrações. Como tema, “Rumo à Cop26: Acelerar as ações para enfrentar a migração e o deslocamento no contexto das mudanças climáticas e ambientais”.
Em seu discurso, realizado na terça-feira, 25, o arcebispo destacou que a mudança climática e suas consequências têm um “rosto humano”. Requer, assim, que toda a comunidade internacional responda de forma “coletiva e coordenada”. Nenhum Estado pode administrar as consequências sozinho e todos os países estão de algum modo afetados, lembrou.
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O arcebispo fez uma comparação entre a pandemia da covid-19 e a crise climática. Enquanto a primeira “chegou inesperadamente”, a segunda vem se desenvolvendo há anos, mas não foi abordada até recentemente. Sendo assim, agora suas consequências paralisantes já são uma realidade para milhões de pessoas em todo mundo.
Dom Jurkovič lembrou que a mudança climática ocorre em toda parte, mas a capacidade de responder e se adaptar a ela varia muito. Os mais afetados acabam sendo os mais pobres e vulneráveis. “É fundamental reconhecer que a crise climática tem um rosto humano”, o de “pessoas forçadas a fugir de seu ambiente natural por ter se tornado inabitável”.
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Desacordo com a Casa Comum
O representante vaticano frisou ainda que este pode parecer um processo inevitável da natureza. Mas a deterioração do clima é, muitas vezes, o resultado de escolhas erradas, atividades destrutivas, egoísmo e negligência. Atitudes estas que, frisou o arcebispo, colocam a humanidade em desacordo com a Criação, a casa comum.
A 26ª Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudança Climática está programada para Glasgow, Reino Unido, em novembro próximo. Diante disso, Dom Jurkovič frisou que “é imperativo abordar a dimensão humana da mudança climática sem mais delongas”. Ele recordou, aqui, as palavras do Papa Francisco: “há uma dívida ecológica que devemos à própria natureza, bem como aos povos e países afetados pela degradação ambiental causada pelo homem e pela perda da biodiversidade”.
Não se trata, portanto, de “questões meramente políticas ou econômicas”, destacou ainda o Observador Permanente. Trata-se de questões de justiça, uma justiça que não pode mais ser ignorada ou adiada. Está envolvida uma obrigação moral para com as gerações futuras. “A seriedade com que respondemos a estas perguntas moldará o mundo que deixaremos para nossos filhos”.