INTERVENÇÕES NA ONU

Santa Sé defende promoção da saúde com atenção aos mais vulneráveis

Dom Gabriele Caccia participou de sessões do Fórum Político de Alto Nível, dedicadas a objetivos de desenvolvimento sustentável da Agenda 2030

Da Redação, com Vatican News

Dom Gabriele Caccia, observador permanente da Santa Sé junto à ONU / Foto: Reprodução Youtube

Alcançar saúde e bem-estar para todos e promover a igualdade de gênero e a emancipação das mulheres. Estes dois objetivos da Agenda 2030 foram tema de duas intervenções realizadas pelo observador permanente da Santa Sé junto às Nações Unidas em Nova York, Dom Gabriele Caccia. Ele destacou que estas são pautas que exigem uma abordagem centrada na pessoa e nos relacionamentos, e não em meras agendas ideológicas. 

O arcebispo discursou em duas sessões do Fórum Político de Alto Nível, dedicadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 3 e 5, respectivamente. Falando sobre o direito à saúde, frisou que “não é simplesmente a ausência de doença, mas um estado holístico de bem-estar físico, psicológico, social, espiritual e emocional”.

No entanto, Dom Caccia observou que “o progresso em direção ao alcance do ODS 3 permanece desigual”. Segundo o arcebispo, as disparidades continuam profundas: milhões de pessoas ainda não têm acesso a cuidados básicos de saúde, as taxas de mortalidade materna estão estagnadas e muitos sofrimentos relacionados à saúde mental permanecem invisíveis.

Para enfrentar esses obstáculos, prosseguiu o observador, são necessárias políticas integradas que reconheçam a interdependência entre a saúde e outros objetivos, como o combate à pobreza, a nutrição, a educação, a água e o saneamento e o financiamento para o desenvolvimento. Acima de tudo, enfatizou, a saúde deve ser garantida aos mais vulneráveis – os nascituros, as crianças, os idosos, as pessoas com deficiência, os migrantes e aqueles que vivem em zonas de conflito.

Promover as mulheres

Em seu segundo discurso, Dom Caccia abordou a dignidade humana, igual e inalienável, citando a declaração Dignitas infinita do Dicastério para a Doutrina da Fé. A plena igualdade, pontuou, requer mais do que um mero reconhecimento formal: requer “condições que permitam o desenvolvimento integral das mulheres”, como o acesso à educação de qualidade, à saúde, ao trabalho decente e à vida pública.

Na sequência, o observador alertou contra uma visão individualista e utilitarista do papel feminino. “As mulheres não devem ser reduzidas a instrumentos de agendas econômicas ou políticas”, sublinhou. Em vez disso, é preciso valorizar a complementaridade entre homens e mulheres e reconhecer a família como o lugar original dos relacionamentos.

Por isso, concluiu, as políticas de gênero devem apoiar e proteger as famílias, a maternidade e a genitorialidade, juntamente com a promoção da igualdade.

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