SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS

“Santa Margarida Maria revelou a imagem do Deus-Amor”, afirma devota

Celebrada pela Igreja nesta quarta-feira, 16, religiosa francesa recebeu aparições do próprio Cristo e difundiu devoção ao Sagrado Coração de Jesus

Laura Lo Monaco,
Da Redação 

Imagem de Santa Margarida Maria Alacoque na Paróquia Nossa Senhora de Fátima, em Lorena – SP / Foto: Emerson Tersigni

Nesta quarta-feira, 16, a Igreja recorda Santa Margarida Maria Alacoque, monja francesa que difundiu a devoção ao Sagrado Coração de Jesus a partir de aparições do próprio Cristo. Sua fidelidade e entrega são inspiração para todos os cristãos, sobretudo os vocacionados à vida religiosa, e ela também influenciou no surgimento do Apostolado da Oração. 

A vice-coordenadora do Apostolado da Oração da Paróquia Santo Antônio, em Cachoeira Paulista (SP), Tereza Cristina, é devota de Santa Margarida Maria Alacoque. Ela recorda que a francesa, além de padroeira do Apostolado, também é protetora dos que sofrem com poliomielite e daqueles que perderam seus pais.

Tereza conta que, após o falecimento de seu pai, ela e sua mãe foram morar com o seu tio. Da mesma forma, “Santa Margarida passou necessidade, pois seus parentes não eram generosos e também não lhe permitiam ingressar no convento, como era seu desejo”, cita.

Neste período, Margarida contraiu uma doença não identificada, que a manteve na cama por um longo período. “Como nada na medicina curava o seu mal, Margarida, então, prometeu a Nossa Senhora entregar todos os seus dias a serviço de Deus caso recuperasse a saúde”, relata. Para sua surpresa, logo retornou à vida normal, convencida da intervenção da Providência Divina em favor de sua vida terrena.

Aos 24 anos de idade, entrou para a Ordem da Visitação, fundada por São Francisco de Sales. A jovem tomou o nome de Margarida Maria e fez o seu noviciado, que foi um tempo de iluminação e sofrimento.

Aparições de Jesus a Santa Margarida Maria Alacoque

Tereza Cristina / Foto: acervo pessoal

Tereza ressalta que Margarida sofreu muitas provações desde o começo de seu noviciado, já que suas irmãs de comunidade não acreditavam nas suas narrativas sobre as visões de Jesus. Na época, a Europa estava assolada pela peste e o medo era constante diante da iminência da morte.

“O coração do povo era levado a um ‘Deus duro do castigo’. De maneira oposta, as visões e mensagens de Margarida apontavam para o ‘Deus do amor e da salvação’”, reflete a vice-coordenadora.

A primeira aparição de Jesus a Irmã Margarida Maria aconteceu, em 27 de dezembro de 1673, quando ela estava recolhida em oração diante do Santíssimo Sacramento. Na ocasião, ele lhe expôs o coração dilacerado e fez revelações sobre a necessidade de mais amor e devoção à Eucaristia.

Em 16 de junho de 1675, Jesus apareceu mais uma vez à religiosa. Com o peito aberto e apontando com o dedo para o próprio coração, exclamou: “Eis o Coração que tem amado tanto os homens a ponto de nada poupar até exaurir-se e consumir-se para demonstrar-lhes o seu amor. E em reconhecimento não recebo senão ingratidão da maior parte deles”.

A devoção ao Sagrado Coração de Jesus 

O diretor espiritual da Irmã Margarida Maria, padre Cláudio de la Colombière, verificou que a mensagem que ela transmitia era verdadeira. Com o seu apoio e orientação espiritual, as experiências místicas começaram a ser vistas de outra maneira, sendo assimiladas pouco a pouco. A religiosa escreveu suas experiências místicas, que resultaram em sua autobiografia.

A vice-coordenadora do Apostolado da Oração ressalta que o culto ao Sagrado Coração de Jesus começou a ser difundido também entre os fiéis e depois de algum tempo, a mensagem estava espalhada por todo o mundo católico.  

“Santa Margarida revelou a imagem do Deus-Amor”, afirma Tereza. Por conta do testemunho da santa, em 1889, o Papa Leão XIII consagrou o mundo ao Sagrado Coração de Jesus. Cerca de 50 anos depois, o Papa Pio XII recomendou a devoção ao Sagrado Coração de Jesus para toda a Igreja.

180 anos do Apostolado da Oração 

Foi neste contexto que o Apostolado da Oração surgiu em 1844, na casa de formação de jovens jesuítas em Vals, no sul da França. Padre Francisco Xavier Gautrelet, diretor espiritual dos jovens, propôs uma forma de ser missionário e apóstolo no dia a dia, unindo-se a Cristo em tudo o que faziam. O objetivo do Apostolado da Oração era propagar a devoção ao Sagrado Coração de Jesus e difundir as doze promessas feitas por Jesus a Santa Margarida.

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As ideias do padre Gautrelet foram bem recebidas pelos estudantes e divulgadas em toda a França. O sacerdote propôs uma pequena organização com o nome de “Apostolado da Oração”, que foi aprovada pelo bispo de Le Puy. Em 1849, o Apostolado da Oração obteve as primeiras indulgências do Papa Pio IX. 

No Brasil, o Apostolado da Oração foi fundado em Itu (SP) pelo padre Bartolomeu Taddei, em 1º de outubro de 1871. Atualmente, o Apostolado da Oração tem mais de 35 milhões de membros em mais de 90 países. 

Apostolado da Oração da Paróquia Santo Antônio, em Cachoeira Paulista – SP / Foto: acervo pessoal

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