COMUNICAÇÃO

Ruffini apresenta mensagem do Papa para a 2ª Assembleia da CEAMA

No encerramento do evento realizado em Manaus, prefeito do Dicastério para a Comunicação destacou união de forças no cuidado da casa comum

Da Redação, com Vatican News

Participantes da 2ª Assembleia da CEAMA acompanham mensagem em vídeo do prefeito do Dicastério para a Comunicação, Paolo Ruffini / Foto: Regional Norte 1

A 2ª Assembleia da Conferência Eclesial da Amazônia (CEAMA) chegou ao fim nesta segunda-feira, 26. Durante a última sessão, o prefeito do Dicastério para a Comunicação, Paolo Ruffini, apresentou uma mensagem do Papa Francisco aos participantes do evento.

A participação se deu virtualmente durante uma sessão sobre a missão da Ceama a partir da perspectiva do Vaticano. O momento também contou com a presença do prefeito do Dicastério para o Desenvolvimento Humano Integral, Cardeal Michael Czerny.

No vídeo, Ruffini recordou o Sínodo para a Amazônia e afirmou que a assembleia em Manaus dá provas de que o caminho continua. Indicando a importância de caminhar juntos, ele direcionou a mensagem para falar sobre a importância da comunicação para “proteger suas raízes e tecer a rede de nossa comunhão”.

Comunicar-se através do coração

O prefeito do Dicastério citou o Papa Francisco, lembrando a reflexão feita pelo Pontífice sobre comunicar-se através do coração. Ruffini frisou que a comunicação serve justamente para unir o que está dividido, porque é um dom recíproco de Deus “que nasce da relação que se estabelece ao falar, ouvir e compreender o outro”.

Encontros como este em Manaus, prosseguiu, ajudam a “redescobrir que já somos uma rede, para testemunhar a importância de estarmos unidos e a beleza da comunhão que nos une e nos fortalece”. Ainda que distantes, trata-se de um trabalho eclesial conjunto em direção a um mundo melhor e a uma comunicação alternativa.

“Somente unindo nossos esforços poderemos realizar a mudança de que a humanidade precisa. Somente com uma boa comunicação poderemos superar a invasão colonizadora dos meios de comunicação de massa denunciada pelo Papa Francisco”, expressou o representante pontifício.

Na sequência, recordou o documento final do Sínodo sobre a Amazônia que registra a necessidade de “uma cultura comunicativa que favoreça o diálogo, a cultura do encontro e o cuidado com a nossa casa comum”. Isto é, pontuou Ruffini, uma conversão ecológica integral com difusão do amor, do bem viver e da boa comunicação.

Ele salientou o apelo do Santo Padre para que se recupere uma “sabedoria do coração” a fim de saber ler e interpretar as novidades do nosso tempo e “redescobrir o caminho de uma comunicação plenamente humana” – um caminho de valorização da tradição dos povos amazônicos e de unidade diante do egoísmo, sem esquecer das “raízes da nossa comunicação” que devem ser mantidas nos corações, finalizou o prefeito do Dicastério.

Matemática e gramática do Evangelho

Entre as outras atividades no último dia de assembleia, que teve início em 23 de agosto, o Cardeal Michael Czerny também fez uma colocação. Ele desafiou a CEAMA a passar da matemática humana, que divide, para a matemática evangélica, que multiplica. É preciso reconhecer que “se o outro é mais, eu também sou mais, não preciso perder para que o outro tenha”, sinalizou.

Ao refletir sobre a lógica do caminho sinodal, o cardeal insistiu que cada vocação na Igreja precisa das outras vocações, pois “a realização da vocação de cada um é necessária para a realização das vocações dos outros”.

Passando da matemática para a gramática, Czerny pediu para não se concentrar nos verbos, mas prestar atenção aos sujeitos, que devem ser pessoas, instituições, substâncias, processos. Em termos de comunicação, exigiu trocar o “nós” por “vocês”, porque as pessoas querem ouvir frases em que elas sejam as protagonistas.

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