CHARIS BRASIL

"Romper com os preconceitos que temos uns com os outros", pede bispo

Além de uma pregação sobre ecumenismo com Dom José Aparecido, bispo de Itumbiara (GO), houve também homenagem ao Monsenhor Jonas Abib

Thiago Coutinho,
Da redação

Participantes da 2ª Conferência Nacional do CHARIS Brasil, na sede da Canção Nova / Foto: Bruno Marques – CN

Realizado neste domingo, 30, o último dia da 2ª Conferência Nacional do CHARIS Brasil, promovida pelo Serviço de Comunhão do CHARIS no País. O evento reuniu diversas vertentes carismáticas, novas comunidades, grupos de oração e institutos religiosos, a fim de promover a união destes grupos ao serviço da Igreja em torno de um objetivo comum: o Batismo no Espírito Santo.

Dom José Aparecido, que, por uma década, foi bispo auxiliar de Brasília e, agora, segue como bispo de Itumbiara (GO), e Dom Mário Spark, bispo de Paranavaí (PR), foram os responsáveis pela celebração deste domingo, que atendeu pelo tema “Charis e a Unidade dos Cristãos”. 

Dom José Aparecido, bispo de Itumbiara (GO) / Foto: Reprodução Canção Nova

Dom José Aparecido foi elogiado por dom Mário, especialmente por sua especialidade dentro da Igreja contemporânea. “Trata-se de um perito em Direito Canônico, estudou em Roma e trabalhou no Conselho Pontifício para os Textos Legislativos. Sua orientação é segura, conforme a doutrina da Igreja. Ele tem uma capacidade muito grande de apresentar realidades difíceis de maneira muito clara”, disse.

“Desde o início, lá nos Atos dos Apóstolos, vemos a sementinha diabólica da divisão”, afirmou dom José Aparecido no início de sua fala. “Todos nós, em algum momento, olhamos para algum irmão evangélico nosso com uma certa desconfiança. Ou dos irmão das igrejas orientais. Mas, por outro lado, não conseguimos viver sem eles, pois há uma profunda nostalgia da unidade originária da Igreja, na missão evangelizadora”, acrescentou.

Unidade e união sempre

Segundo o bispo de Itumbiara, quem não sente dores pela falta de unidade cristã, já não pode ser mais considerado um cristão. “Como dói saber que tenho o mesmo batismo que outros irmãos têm, mas, por alguma razão histórica, estamos separados. Como dói saber que irmãos meus, por conta desta ou aquela pertença cristã, não conseguem conversar comigo. Esta nostalgia toca profundamente o coração dos crentes do Senhor Jesus”, assegurou o religioso.

Dom José recordou seus tios, que pertenciam à Igreja do Evangelho Quadrangular, e com quem teve muito contato durante sua infância. “Graças ao Tio Nino e Tia Chiquinha, que fazia doces de leite maravilhosos [risos], fui alimentado também pela Palavra de Deus. Aprendi muito lendo a Palavra de Deus”, afirmou. 

O bispo falou mais um pouco sobre suas experiência pessoais. Ressaltou a convivência com dois professores evangélicos com quem estudou quando cursou a faculdade de Teologia. “Um, da igreja Metodista, falava sobre ecumenismo. Era de uma lucidez impressionante: ensinava a nós, seminaristas católicos, o que deveríamos aprender sobre ecumenismo. E também sobre a visão evangélica e protestante. E outro foi um professor sobre a Sagrada Escritura, que era luterano. Entrava todos os dias na capela, orava e, depois ia à sala de aula. E chamava nossa atenção quando não íamos à capela rezar”, relembrou.

Homenagem ao Monsehor Jonas Abib

Após a pregação com dom José Aparecido, houve uma homenagem ao Monsenhor Jonas Abib, que nos deixou em 12 de dezembro do ano passado. Luciana Neves, secretária do Movimento Eclesial da Renovação Carismática Católica, e Antônio Pádua Costa, fundador da Comunidade Católica Mariana Boa Semente, em Quixeramobim (CE), falaram sobre a importância da jornada de Padre Jonas enquanto fundador da Canção Nova.

“A Canção Nova, mais uma vez, está sendo a cidade da paz, a nossa Jerusalém”, disse Luciana Neves. André Luis Botelho de Andrade, fundador da Comunidade Católica Pantokrator, também deixou palavras de afeto pelo legado de Padre Jonas. “Foi nele que o Espírito Santo fez coisas maravilhosas. Tive a alegria de conviver com ele em algumas oportunidades. Quero testemunhar algo: falamos de unidade, comunhão, e Padre Jonas era um homem de comunhão. Um filho da Igreja, mas com tal generosidade e sinceridade, que devemos fazer memória disso, pois não era uma comunhão de conveniência, mas de sinceridade”, disse.

Antônio Pádua citou a presença do Monsenhor naqueles que aqui ficaram e dão continuidade à sua obra. “Esta grande aventura de amor, de transforar a vida em uma Canção Nova”, bradou.

A 2ª Conferência Nacional do CHARIS Brasil foi encerrada neste domingo, ao meio-dia. O Sistema Canção Nova de Comunicação transmitiu as atividades da conferência pelo rádio, tevê e internet.

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