REPORTAGEM ESPECIAL

Reportagem sobre João Pozzobon revela quem viveu para evangelizar

A pouco mais de sessenta quilômetros da Quarta Colônia de Imigração Italiana, João Pozzobon encontrou terra fértil para viver sua missão. Foi em Santa Maria, no coração gaúcho, que formou sua família com ternura e fé. Seus filhos, criados no amor e no serviço, hoje carregam com gratidão a herança de quem viveu para evangelizar. É o que você vê na segunda reportagem da série sobre o Diácono Venerável.

Reportagem de Emerson Tersigni e Messias Junqueira

Pozzobon deixou o comando de uma pousada em Restinga Seca e se mudou com os filhos para Santa Maria para cuidar da saúde da esposa Teresa, diagnosticada com tuberculose. Apesar dos esforços, ela não resistiu. Mais tarde casou-se com Vitória e assumiu um armazém no quilômetro 3 da Nova Cidade.

O espaço comercial também era o lar da família. Dos sete filhos, quatro ainda estão vivos. Tivemos a alegria de reunir três deles para recordar com carinho uma história marcada pela fé e pelo amor. “Bastante tempo trabalhei, não me lembro quanto, mas daí cada um trabalhou um pouco. Aí cada um trabalhou um pouco, daí a gente ajudava ali no armazém tudo, fazer as coisas, tudo, tudo no bom sentido. Porque meu pai disse nem nada de lograr as pessoas, como diziam, né? Sempre ali 1 kg é 1 kg certo, nada de diminuir,

tudo certinho. Ele era muito, muito consciencioso”, relembrou a filha de João Pozzobon, Pedrolina Pozzobon. 

“De manhã quando a gente levantava já rezava. Não precisava rezar o terço, mas fazer oração pela manhã. Depois tomava o café. Ao meio-dia a gente também fazia oração e a janta também. E sempre ia na missa todos os dias principais assim. Que para meu pai foi maravilhoso, nos ensinou tudo. E o que eu digo que ele é há muitos anos santo. Não tinha pensado nisso, mas eu sabia que um dia chegava, né? Mas não imaginei que agora ia acontecer”, recordou a filha de Pozzobon, Nair Pozzobon. 

Hoje é possível visitar o quarto do venerável, ver seus pertences, suas vestes, os cômodos da casa museu, como a cozinha e a sala, e também seus escritos artísticos, fruto de oração e intimidade.

“As pessoas diziam assim: ‘Mas seu João, o senhor não tem medo de vir sozinho 10 horas, 11 horas da noite na rua? Aí o senhor não carrega uma arma?’ Ele pensou, disse, botou a mão no bolso:” Não, a minha arma tá aqui. Puxou o terço, ele mostrou. Minha arma é essa aqui. Ninguém vai me atacar porque minha mãezinha do céu vai me cuidar’”, contou o filho de João Pozzobon, Humberto Pozzobon.

“E ainda sinto também muita alegria e emoção por ter um pai maravilhoso e exemplo que nos deixaste. Tua filha que muito te ama. Muito isso aí. Eu guardei isso aqui, vai ficar para sempre até morrer”, concluiu Pedrolina.

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