Vida consagrada

Religiosas fogem de casa de repouso na Áustria e voltam para convento

Na Áustria, uma história, no mínimo surpreendente. Três freiras idosas, fugiram da casa de repouso onde viviam, para voltar ao convento onde fizeram votos perpétuos.

Reportagem de Adilson Sabará
Imagens da Reuters

Uma vida inteira dedicada a Deus e aos estudos. Irmã Bernadete tem 88 anos e conta que da primeira série ao ensino profissionalizante estudou junto ao convento católico em Salzburgo, na Áustria. “Quando terminei, já entrei para o convento”, disse a religiosa. “Isso foi em 8 de setembro de 1955”, completou ela. 

E a história não foi diferente para as irmãs Rita e Regina. Em 2023, duas delas foram hospitalizadas e a irmã Rita estava na Alemanha. Quando voltou, as três religiosas foram orientadas a ficar em um centro de cuidados de curto prazo, o que se estendeu e chegou a quase 2 anos. Mas elas queriam mesmo estar no convento. 

Christina, ex -aluna da escola interna do convento. De acordo com ela, o reitor local teria pensado que as irmãs estariam melhor na casa de repouso, mas não perguntou a elas. As irmãs Bernadete, Rita e Regina, de 88, 81 e 86 anos, não se conformaram e resolveram, por conta própria, voltar para o convento.

A saída, sem autorização, recebeu a ajuda de ex-alunos e vizinhos. A religiosa diz que as três fizeram votos “a stabilitas loci”, significa que devem viver no convento e sem transferências para outro lugar. Ela conta que muitas da congregação podem ser realocadas para cá ou para lá, dependendo da necessidade, mas que isso não deveria acontecer com elas. “Fizemos nossos votos perpétuos e devemos permanecer no convento até voltarmos para Deus”, concluiu a irmã. 

Para a saída inesperada de repouso, um grupo de amigos apoiou as freiras e as levou de volta para o convento, mesmo encontrando algumas dificuldades, pois já não havia mais nada no claustro, nem eletricidade e nem água. Foi preciso religar tudo.

Irmã Rita disse que a alegria de estar de volta é imensa e se sente grata por voltar aos prédios que lhe são tão familiares, ao claustro e aos lugares ao redor. A filha espiritual de Santo Agostinho espera poder voltar ao trabalho com as crianças e completa “Aqui é o meu lar”.

As irmãs hoje dependem da caridade. A segurança e a saúde das freiras preocupam os responsáveis, pois emergências médicas sempre podem ocorrer. As irmãs criaram contas em redes sociais para mostrar o que vivem no cotidiano e esperam conseguir ficar onde estão.

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