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FUTURA BEATA

Reconstrução facial e projeto de estátua de Benigna são apresentados

Mártir da castidade, Benigna Cardoso, de Santana do Cariri, será beatificada no dia 24 de outubro, no Parque de Exposições Pedro Felício, em Crato, Ceará

Da Redação, com Diocese do Crato

Reconstrução facial e projeto da estátua da Mártir Benigna

Apresentação da imagem, por Dom Magnus Henrique Lopes e o Vigário Geral, padre José Vicente / Foto: Diocese de Crato

A reconstrução facial e o projeto de estátua da jovem Benigna Cardoso foram apresentados nesta quarta-feira, 24, em uma coletiva de imprensa promovida pela diocese de Crato (CE). A adolescente de 13 anos, temente a Deus e que buscava uma vida de pureza, foi assassinada na década de 40 após se recusar a ter relações sexuais com um jovem, em Santana do Cariri, no Ceará.

O bispo da diocese de Crato, Dom Magnus Henrique Lopes, recordou os significados do nome da jovem. “Tudo o que aconteceu a Benigna é o contrário do que o seu nome expressa. (..) O nome de Benigna quer dizer aquela que é protegida por Deus e preservada do anonimato para ser a luz que ilumina os lugares e as situações difíceis. Fruto do amor e da dedicação, suor e lágrimas, hoje veremos a face daquela que alvejara suas vestes no Sangue do Cordeiro”.

Dom Magnus destacou a pureza da mártir, representada pelo vestido de cor vermelho de bolinhas brancas, símbolos da santidade vivida pela jovem. “Hoje, contemplamos a alma daquela que, através da sua face, nos fala do amor de Deus que ela tanto pregou e viveu como uma criança. Hoje, nossos olhos veem “bem” que é inimiga da maldade, Benigna. Nenhuma dor a tirou dos caminhos de Deus”.

Este trabalho de reconstrução facial foi necessário por não existir uma foto ou pintura que representasse a Serva de Deus em vida, o que é necessário para o rito de beatificação. O coordenador da Comissão para a Beatificação, padre Wesley Barros, explicou que “a imagem da futura beata Benigna Cardoso foi elaborada utilizando recursos científicos disponíveis a fim de melhor aproximar a fisionomia facial e anatomia corporal aos traços físicos da serva de Deus e de seus familiares, cujos retratos impressos nos foram gentilmente oferecidos”.

Passos da reconstrução facial 

O trabalho em duas versões foi a quarta tentativa de aproximar uma imagem, gravura do rosto da jovem. A reconstrução facial e o projeto de uma estátua foram feitos pelo designer 3D e perito especializado em reconstrução facial forense, Dr. Cícero Morais. A pintura foi feita pelo pintor Joab Rocha.

Foto: Divulgação -Diocese de Crato

Para se chegar na imagem, foram utilizadas fotografias de dois irmãos de Benigna, Cirineu e Alderi e da sobrinha, Lourdes. Desta forma, o designer chegou em uma modelagem do rosto da jovem. “Esses três rostos serviram de ponto de partida para que fossem traçadas algumas linhas e chagássemos a traçar a uma reconstrução facial”, explicou padre Wesley.

À medida que o designer montava as prévias de imagens do rosto, elas eram enviadas para avaliação das irmãs de criação e de uma amiga de infância de Benigna, para que elas aprovassem. Este processo durou mais de um mês. À imagem foram acrescentados também elementos para a simbologia religiosa e regional.

Na sequência, Cícero Morais fez o corpo, partindo das informações obtidas pelas pessoas que conheceram Benigna e dos relatos policiais do dia de sua morte. A materialização do projeto em 3D foi realizada pelo Departamento de Tecnologia do Colégio Pequeno Príncipe, de Crato.

Partindo do projeto 3D, foi feita a pintura da tela, pelo artista plástico Joab Rocha, conforme os elementos pedidos pelo Dicastério para o Culto Divino, para o rito da cerimônia de beatificação. Alguns detalhes da pintura só serão revelados neste momento, a partir de quando a imagem poderá ser venerada.

Aspectos da imagem

No primeiro plano, como detalha padre Wesley, está Benigna Cardoso, representada aos 13 anos, de cor morena clara, 1,41 cm de estatura, cabelos e olhos castanhos claros, de anatomia geral magra, segundo autos do inquérito policial procedido por ocasião de sua morte. Cabelos longos até o ombro e levemente encaracolados nas pontas, segundo relatos de Dona Nair Sobreira e das irmãs de criação. Trajando vestido vermelho de bolinhas brancas, as roupas que usava quando foi martirizada, segundo relatos de pessoas que com ela conviveram e que estiveram com ela na tarde do martírio e testemunharam o momento em que seu corpo foi levado do local do martírio para sua casa, na tarde de 24 de outubro de 1941.

A imagem traz também elementos comuns da sua época, como a sandália de couro. Os olhos da jovem estão voltados para o horizonte, para o alto. A mão esquerda no peito enquanto abraça um ramalhete de palma e lírios. A mão direita para o alto e o indicador apontado para o céu. No segundo plano está o pote, que foi conservado pelo padre na Igreja que ela usava no martírio.

No terceiro plano, está a representação de uma mina de calcário, rocha predominante no município do Cariri.

Ainda sobre a imagem, padre Wesley esclarece que ela foi pensada levando em conta aspectos da sua realidade histórica e geográfica e que vai além de uma simples representação. “A intenção não é apenas oferecer um retrato de Benigna, mas principalmente um significado mistagógico, espiritual para sua representação”.

Espiritualidade da imagem

Os detalhes da espiritualidade da imagem foram apresentados pelo vigário Geral, padre José Vicente, elencados abaixo.

Olhar no horizonte elevado – simbolizam a firmeza da fé e da esperança de Benigna, que não se deixou levar pelos encantos e prazeres do mundo.

Mão esquerda sobre o peito – indica a vida interior marcado pela caridade. “Seu amor foi regado pela pureza e provado pelo martírio, por isso neste mesmo braço foram colocados os lírios e palma”.

Lírio – Símbolo de pureza e santidade.

Palma – símbolo bíblico do martírio, conforme livro do Apocalipse, colocado na mão dos que derramaram seu sangue como Cristo, os que venceram a grande tribulação e cantam no céu a vitória de Jesus, o Cordeiro Imolado e Ressuscitado.

Braço direito voltado para o alto e indicador apontando para o céu – Referem-se ao convite que a vida de Benigna e seu martírio nos fazem para levarmos nossos corações ao alto.

Marcas dos golpes  – no pescoço (por ter sido o principal) e no dedo anelar da mão esquerda (dedo da aliança matrimonial) – Representa as núpcias eternas com o Divino Esposo, pela aliança com o Sangue.

Vestido vermelho com bolinhas brancas – vermelho lembra o sangue do martírio e o branco a santidade de vida.

Sandálias – simplicidade da vida e do coração. Não tinha vaidade. Prontidão missionária para caminhar na direção de Deus e dos irmãos.

Pote – instrumento para buscar água. Como a samaritana do Evangelho ela buscava água para sede. Naquela tarde, ela encontrou a Cristo, verdadeira saciedade.

Formação rochosa – Foi sobre uma mina de calcário laminado que ela foi morta. Ali, Benigna ofereceu a vida sobre a Rocha firme de sua fé.

História da heroína da castidade

Benigna Cardoso nasceu em Santana do Cariri, no Ceará, no dia 15 outubro de 1928. Filha de pais camponeses, é a quarta de cinco filhos. Tendo ficado órfã de pai e mãe, foi adotada junto com seus irmãos pela família para a qual os pais trabalhavam na zona rural da cidade.

Educada na fé católica, foi batizada, crismada e recebeu a Primeira Eucaristia na Igreja matriz da cidade, onde frequentava piedosamente a missa todos os domingos. Percorria a pé o caminho da casa para a Igreja. Gostava de contar histórias das Sagradas escrituras para outras crianças de um livro que recebeu do seu pároco. Temente a Deus evitava o pecado e se confessava com frequência.

Aos 13 anos, desejosa de servir somente e Deus, recusou a proposta de namoro de um adolescente de 17 anos que estudava na mesma escola que ela. Inconformado com a recusa e enfurecido com a firmeza das motivações de Benigna, o jovem atentou contra sua vida de numa tarde de sexta-feira quando ela foi buscar água numa nascente perto de casa. A mártir que se tornou um símbolo da castidade morreu no dia 24 de outubro.

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