No interior de São Paulo, um projeto social transforma materiais que iriam para o lixo em recursos que geram renda e preservam o meio ambiente. A ação é desenvolvida pelo Movimento Emaús, que oferece dignidade a quem vive em situação de vulnerabilidade.
Reportagem de Huanna Cruz e Genilson Pacetti
A comunidade Emaús é um movimento internacional que busca resgatar a dignidade da pessoa humana e tem o trabalho como caminho de transformação.
Um movimento que chegou em Cachoeira Paulista, interior de São Paulo, em 1987. Solidariedade e partilha são a mística do Emaús. As pessoas chegam à comunidade sem nenhuma expectativa de vida e a partir da acolhida recebem uma nova esperança.
Doe, compre, transforme. O projeto Emaús na Praça é um espaço comunitário itinerante voltado à arrecadação de doações. “Quem faz a coleta seletiva hoje no município é o movimento Emaús. Ele trata da consciência sobre a reciclagem, sobre as pessoas fazerem um descarte correto do material, também delas entregarem aquilo que elas não usam mais, não ficar acumulando as coisas que elas estão acumulando, às vezes vai servir para uma outra pessoa”, explicou a responsável pelo evento, Tânia Maria Schubert.
O trabalho desenvolvido pelo movimento transforma a maneira de lidar com os descartes da sociedade em todos os sentidos. “A importância das crianças estarem aqui na escola para poder aprender, a importância da separação da reciclagem do lixo orgânico, para que isso não cause tanto impacto no meio ambiente”, disse o secretário de Cultura de Cachoeira Paulista(SP), Fabiano Benetti.
A proposta simples e poderosa transforma materiais que iriam para o lixo em recursos que geram renda, fortalecem a comunidade e preservam o meio ambiente. “É um evento muito importante pra gente plantar uma sementinha no coração das pessoas. A gente se coloca no lugar do outro, fazendo com que a gente pense que a gente pode colaborar”, falou a professora Daniele Ligabo.
Na ação, as crianças aprendem sobre sustentabilidade, reciclagem, inclusão social e economia solidária. “Aprendi sobre os lixos, lixo orgânico, vários tipos de lixo. Aprendi quantos anos demora cigarro, chiclete, várias coisas que eu gostei bastante daqui”, concluiu o aluno do ensino fundamental, Joaquim Felipe da Silva.