Itaberaba, na Bahia, vive um tempo de graça por causa da instalação do tribunal e da comissão histórica do processo de Beatificação e Canonização de Maria Milza. Na última sexta-feira, uma missa em ação de graças foi celebrada em memória dos 102 anos de nascimento da serva de Deus.
Reportagem de Silas Santos e Valdo de Jesus
O povoado de Alagoas ficou pequeno para a multidão de romeiros, devotos de Nossa Senhora e admiradores da serva de Deus, Maria Milza. Uma história de vida marcada pelo cuidado e amor aos mais necessitados, enfermos e idosos. “Pessoas simples, pessoas sofridas, pessoas esperançosas, vinham aqui readquirir novas forças, buscar graças, buscar milagres, mas sobretudo se encontrarem com Deus. E Maria Milza pôde proporcionar a centenas e milhares de pessoas e inclusive gerações essa graça de que para ser católico basta ser simples e puro de coração”, afirmou o bispo da Diocese de Ruy Barbosa, Dom Estevam dos Santos.
“Celebrar a santidade de Deus manifestada no simples, nas Marias do mundo, de tanta gente que aos olhos do mundo parecem sem importância, sem relevância, é para nós um alento muito grande, um sinal de esperança. Então, a gente louva a Deus pelas virtudes desses homens e mulheres que serviram a Deus e que hoje figuram como referências para a nossa fé católica”, reforçou o bispo da Diocese de Camaçari e presidente Regional Nordeste 3 da CNBB, Dom Dirceu Medeiros.
Com a instalação do tribunal, a partir de agora inicia uma série de recolhimento de testemunhos e provas, etapa sem um prazo específico para ser concluído e que vai reunir concretamente indícios de milagres. A serva de Deus pode se tornar a segunda santa da Igreja nascida na Bahia.
“Que ao final nós possamos realmente ter uma boa documentação e apresentar a vida desta serva de Deus para quem sabe futuramente ser declarada beata e posteriormente santa”, constou o postulador da Causa de Beatificação, Frei Jociel Gomes, OFMCap.
A cerimônia aconteceu ao lado do santuário de Nossa Senhora das Graças, onde se encontra o seu túmulo e a casa onde Maria Milza nasceu e viveu até a sua morte em 1993. O local é onde também recebia, atendia e cuidava de quem a procurava. “Meu desejo de ver a mãezinha santa para todo mundo agradecer a Deus e por ela. É muito agradecimento. Só benção mesmo”, relatou a aposentada, Lenita Sena.