MIGRANTES E REFUGIADOS

Pontifícia Missão celebra 75 anos de atuação no Oriente Médio

As Pequenas Irmãs de Nazaré atuam no campo de refugiados de Dbayeh desde 1987, e Irmã Magdalena fala sobre as dificuldades para seguir com esta missão

Da redação, com Vatican News

Irmã Magdalena Smet atua no campo de Dbayeh, no Líbano, desde 1987 / Foto: Reprodução Youtube

Este ano marcou o 75º aniversário da Pontifícia Missão, fundada como Pontifícia Missão para a Palestina, pelo Papa Pio XII em 1949 para cuidar das centenas de milhares de palestinos que foram expulsos de suas aldeias nativas na Guerra Árabe Israelense de 1948.

O Papa confiou a liderança e administração da Pontifícia Missão à Catholic Near East Welfare Association (CNEWA). O trabalho desde então se estendeu além do cuidado de refugiados palestinos para aqueles em necessidade no Oriente Médio.

No Líbano, entre suas muitas obras, a Pontifícia Missão apoiou o campo de refugiados palestinos em Dbayeh, localizado a cerca de 12 km ao norte de Beirute, desde que o campo foi estabelecido no início dos anos 1950.

Irmã Magdalena Smet / Foto: Reprodução Youtube

Para marcar o aniversário, a revista ONE, uma publicação da CNEWA, entrevistou Irmã Magdalena Smet, P.S.N., membro das Pequenas Irmãs de Nazaré, que vive e trabalha entre os refugiados no campo de Dbayeh desde 1987.

“Estamos neste acampamento em Dbayeh desde setembro de 1987, graças à Pontifical Mission. Mas, é uma história e tanto — e o Senhor dirige a história do Seu povo”, disse a religiosa.

O dia a dia

Questionada acerca das atividades diárias na Líbia, Irmã Magdalena descreveu o cotidiano desses refugiados de maneira sucinta: todos estão tentando sobreviver.

“Aqui no campo, vemos famílias comuns, que lutam para sobreviver, que não têm uma vida fácil, mas com uma grande diferença: são refugiados palestinos”, detalha a religiosa. “Portanto, a situação é muito difícil. Eles são refugiados, seus filhos são refugiados, e os filhos de seus filhos também são refugiados. Não há luz à nossa frente”, lamenta.

Segundo Irmã Magdalena, quando o cenário de paz tende a melhorar, algo acontece e a situação volta à estaca zero. “Agora temos um cessar-fogo, mas não paz. Ainda não temos paz. Toda esta região está borbulhando com um grande desejo, com a esperança de descansar um pouco. A vida diária é difícil, muito difícil — para adultos, para os jovens e para as crianças — para todos”.

A vida pastoral entre os refugiados

Originalmente, o campo de refugiados em que as Pequenas Irmãs de Nazaré atuam era composto apenas por cristãos. Mais tarde, porém, passaram a acolher muçulmanos e a convivência entre crenças diferentes tem sido pacífica.

“Não temos problemas. E o que é muito, muito bonito e tocante para nós é que se há relacionamento. Quer dizer, para ter bons relacionamentos entre as pessoas, requer tempo. É por isso que é uma graça poder viver tanto tempo no mesmo lugar. Eles se respeitam e respeitam suas diferenças. Isso é certo. E quando há um relacionamento… mesmo conosco, eles até pedem orações de nós”, finaliza.

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